quinta-feira, 26 de junho de 2014

Volume de atendimento a queimados no HR deve diminuir neste São João


Em 2013, foram 50 casos; a 5 dias do fim do mês, houve 25 ocorrências.
Crianças são maioria das vítimas; bacamarteiros seguem em estado grave.

Do G1 PE
Unidade de atendimento a queimados no Hospital da Restauração, no Recife (Foto: Moema França / G1)Crianças são maioria na unidade de atendimento a queimados do HR (Foto: Moema França / G1)
Do início de junho até esta quarta-feira (25), o Hospital da Restauração (HR) do Recife recebeu 25 pacientes queimados com fogos e fogueiras durante o período do São João, a maioria delas crianças. Desse total, 11 são adultos e 14 são pacientes infantis, incluindo um menino que deu entrada ainda nesta manhã, com uma queimadura na mão. O hospital também recebeu trêsbacamarteiros que se queimaram em uma explosão de pólvora, na última segunda (23).
"Teve ano em que a gente teve 121 casos de queimaduras no mês de São João. Em compensação, no ano passado, nós tivemos 50 casos no mês inteiro de junho. Esse ano, até agora, temos 25 casos, mas muitos ainda estão vindo", explica o chefe do setor de queimados do HR, Marcos Barretto. Dos 25 casos, 13 pacientes precisaram ficar internados na unidade de saúde. Ele lembra que, do dia em que a Copa começou (12 de junho) até hoje, 20 casos foram registrados.
Segundo Barretto, poderá haver um aumento nos casos por causa da coincidência do São João com a Copa do Mundo. "O que acontece é que nos anos de Copa nós temos um quantitativo maior de queimaduras, juntando com o São João. Mas apenas 5% de todos os três mil pacientes que chegam anualmente com queimaduras são vindos de fogos e fogueiras", explica. O número, conforme o médico aponta, significa que a maior parte das queimaduras acontecem em acidentes domésticos, envolvendo manuseio de água quente e de fogões.
Marcos Barretto, chefe da unidade de atendimento a queimados no Hospital da Restauração, no Recife (Foto: Moema França / G1)Apesar de maior risco no período junino, acidentes
domésticos são responsáveis por 95% dos casos
de queimaduras, diz Marcos Barretto, chefe do setor
de queimados do HR (Foto: Moema França / G1)
Para o especialista, o caso dos bacamarteiros ainda preocupa por causa das sequelas que as vítimas podem ficar. Um deles teve 60% da extensão corporal comprometida, enquanto os outros dois tiveram 50% e 15%.  "A recuperação é muito lenta e todos vão precisar de cirurgia. Para se ter uma ideia, o fogo e a temperatura foram tão altos que os bacamarteiros tiveram todas as peças de roupa queimadas. Os pacientes são complexos, eles tiveram muitas partes do corpo comprometidas e podem ter complicações renais, respiratórias", conta. O grupo de bacamarteiros precisou passar por um procedimento cirúrgico para retirada de toda a pele atingida pelo fogo e segue em observação, com quadro considerado estável.
Um dos focos de atenção da unidade de queimados são as crianças, por causa da grande facilidade delas caírem por cima das fogueiras. "Quando as crianças caem em fogueira, elas geralmente levam as mãos para dentro do fogo e têm queimaduras de terceiro grau. Isso exige reparação cirúrgica, tratamento de fisioterapia... São pacientes que ficam sequelados", afirma Barretto.
O paciente que deu entrada nesta quarta tem oito anos e mora em Água Fria. Na última segunda, ele saiu escondido da mãe para comprar fogos de artifício quando quatro explodiram na mão dele causando uma queimadura de segundo grau. "Ele comprou cinco 'cobrinhas' e foi soltar uma com fogo, mas deixou as outras quatro na mão. O fogo subiu para a pólvora que estava na mão dele e explodiu tudo", contou a manicure Rosana Gomes, mãe do garoto. "É a primeira vez que isso acontece e olhe que foi com um fogo tão pequeno e fácil de soltar, imagina se fosse uma bomba. Talvez ele tivesse perdido a mão", completou.

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