A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco instaurou sindicância para investigar os fatos em que se envolveram os três policiais militares pernambucanos feitos reféns por integrantes de um assentamento localizado na cidade de Caaporã, Litoral Sul da Paraíba, no último sábado (05). Os agentes de segurança pública foram ouvidos e liberados, na manhã do domingo (06), pela Polícia Civil do estado vizinho, que deverá indicar, em breve, a autoridade policial que dará prosseguimento às investigações.
Os depoimentos dos policiais pernambucanos foram colhidos na madrugada do último domingo pelo delegado do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil da Paraíba, Thiago Sandes. Ao delegado, os militares Eliabif Carvalho Santiago, 28, Maxwel Aurélio do Nascimento, 31, e Geferson Paulo Barbosa, 29, informaram que se dirigiram ao assentamento para conversar com líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), responsável pela ocupação. Já ao corregedor Geral da SDS, Sidney Lemos, os agentes disseram que foram ao local para tomar satisfação com os integrantes do grupo que teriam feito dois seguranças reféns.
Assim que desembarcaram do veículo em que estavam os policiais foram surpreendidos ao serem imobilizados e terem sido feitos reféns.“Os PMs relataram que ficaram cerca de seis horas amarrados, além de denunciar que foram agredidos fisicamente”, informa Sandes. De acordo com o delegado, três armas e mais de 40 munições foram pegas pelos integrantes do movimento. O material foi devolvido aos policiais pernambucanos somente após a chegada da Polícia Rodoviária Federal. “Constatamos que as armas eram legalizadas, tanto as de propriedade da Polícia Militar de Pernambuco, quanto às de uso particular”, explica. Além do armamento, 11 munições foram entregues.
Junto com os militares, dois integrantes do MST foram levados para a sede do GOE em João Pessoa, onde também prestaram depoimento. A polícia paraibana busca identificar os assentados que imobilizaram e amarraram os PMs, fato que ficou caracterizado como cárcere privado. “Não foi possível fazer flagrante das pessoas que foram conduzidas à polícia, visto que não foram identificados como sendo os responsáveis por tal crime”, disse o delegado, que ressalta ainda a dificuldade da polícia para localizar os autores do crime por conta da grande quantidade de assentados – cerca de 5 mil – na localidade.
Sobre as denúncias de integrantes do MST de que os policiais militares fariam parte de uma milícia, o delegado do GOE disse que, pelo menos a princípio, ainda não há indícios que comprovem tais relatos. Em nota, a Secretaria da Segurança e da Defesa Social da Paraíba informou que os integrantes do movimento afirmaram que não houve ameaça por parte dos militares e que, até então, nenhum deles havia sido visto no assentamento. Para Sandes, o fato comprova que não foi praticado crime de milícia, visto que não há caracterização de ameaça. A Corregedoria da SDS-PE vai investigar a razão dos militares estarem a paisana na área do assentamento. De acordo com o órgão, Os policiais ficarão em liberdade até que a apuração da sindicância seja concluída.
Da folha de Pe