domingo, 21 de outubro de 2012

Sílvio Costa Filho solicita ao TCE um acompanhamento ainda mais detalhado da transição administrativa em municípios de Pernambuco




Foto: Reprodução Internet
O deputado estadual e vice-líder do governo, Sílvio Costa Filho (PTB), foi à tribuna na sessão plenária desta quinta-feira (18) registrar que vai encaminhar um ofício ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que haja um acompanhamento ainda mais detalhado e uma maior fiscalização dos processos de transição administrativa em municípios de Pernambuco.
Sílvio Costa Filho salientou que alguns prefeitos estão descumprindo as Leis Orgânicas municipais, as quais determinam prazos para que os atuais prefeitos definam equipes de transição. Os gestores devem emitir e entregar um relatório atualizado sobre a situação da máquina pública aos respectivos sucessores, contendo dados sobre dívidas municipais, prestação de contas de contratos, projetos de leis do Executivo em tramitação nas câmaras municipais, entre outros.
Sílvio Costa Filho parabenizou o desprendimento e a tranquilidade do atual prefeito do Recife, João da Costa (PT), ao trocar informações de maneira colaborativa com o futuro gestor Geraldo Julio (PSB). No entanto, destacou que em algumas cidades do Estado a transição não está acontecendo com a mesma cordialidade.
“João da Costa está agindo com grandeza ao contribuir com o futuro prefeito do Recife, repassando a real situação da administração pública. Infelizmente isso não vem ocorrendo em alguns municípios de Pernambuco, onde os atuais prefeitos dificultam o trabalho da equipe sucessora com falta de publicidade e transparência, paralisação de obras, desequilíbrio fiscal e omissão de informações necessárias para o início de uma boa gestão”, destacou Costa Filho.
O deputado complementou, também, que quem ganha com uma transição pacífica e cooperativa são as cidades e as pessoas. “Nosso papel é trabalhar e lutar para um crescimento justo e igualitário dos municípios e do Estado, visando o bem-estar das pessoas. Independente de qual seja a gestão, nós, agentes públicos, temos o dever de fazer o melhor para as cidades”, frisou.

Sequência de blecautes põe em xeque a segurança do sistema elétrico no País


RISCOS

Entre 15 de setembro e 15 de outubro, foram 14 desligamentos em várias regiões

 AGÊNCIA ESTADO

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Hermes Chipp, diretor-geral do ONS
A sequência de blecautes que atingiu o Brasil nas últimas semanas levantou suspeitas sobre a segurança do sistema nacional de transmissão. Neste ano, já foram 63 cortes. Só entre os dias 15 de setembro e 15 de outubro, foram 14 desligamentos em várias regiões - na média, significa quase um corte a cada dois dias. Em 2011, no mesmo período, foram nove apagões e todos bem menores. Em termos de volume de energia desligada, os blecautes dos últimos 30 dias foram 153% maiores que os de 2011.

As informações, retiradas de relatórios diários do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), coincidem com a evolução dos desligamentos nos últimos anos. No ano passado, foram 97 ocorrências com cortes de eletricidade acima de 100 MW - número 29% superior ao de 2007.

Embora o governo garanta que o sistema nacional tenha alta confiabilidade, especialistas temem que os apagões sejam uma sinalização de falta de manutenção da rede. "Uma parte do sistema é cinquentão e deveria ter passado por um processo de manutenção e substituição. A indicação mais óbvia de que isso não ocorreu são os apagões", diz o professor da Universidade de São Paulo Ildo Sauer.

O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, discorda das suspeitas. "Não existe falta de investimento a ponto de caracterizar o problema (de blecaute). De 2001 para cá, os investimentos foram enormes." Ele explica que, no caso do sistema existente, os investimentos em manutenção e reforço precisam ser feitos de forma gradual, para não impactar a tarifa.

"Você não faz tudo ao mesmo tempo. Primeiro, você investe na rede básica, nas linhas de mais alta tensão, nas interligações inter-regionais, responsáveis pela transferência de energia entre as regiões, e nas linhas de escoamento das bacias das grandes usinas."

As explicações de Chipp, no entanto, não convencem totalmente os especialistas. Como engenheiro, que começou fazendo manutenções no sistema, Carlos Faria, hoje presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), sabe que um transformador não queima da noite para o dia - como ocorreu em alguns cortes recentes. "Você tem de fazer um acompanhamento. O equipamento dá sinais de que precisa ser trocado. Para mim está claro: estamos com problemas em manutenção", afirma.

Na avaliação do diretor executivo da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), Cesar de Barros Pinto, o sistema nacional pode ser considerado bom, mas tem problemas. Ele explica que muitos cortes ocorrem porque a proteção (os chamados relés) não consegue isolar a linha. "Em muitos casos tem havido desligamento em cascata. Pode ser problema no equipamento ou um ajuste inadequado", destacou o executivo.

Levantamento mostra o surgimento de uma nova classe média global


PROJEÇÃO


Estudo analisou os padrões de consumo das massas que estão enriquecendo

 AGÊNCIA ESTADO

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Um total de quase 3 bilhões de pessoas, ou 40% da população mundial, ascenderá à classe média até 2050, e elas virão quase exclusivamente dos atuais mercados emergentes. Dessa forma, o consumo dos países emergentes pode saltar de um terço do consumo global para dois terços até 2050. A classe média no estudo é definida como famílias com ganhos anuais entre US$ 3 mil e US$ 15 mil, com US$ 5 mil sendo o divisor entre as classes médias baixa e alta.

Essas projeções estão no relatório "Consumidor em 2050/A alta da classe média dos mercados emergentes", um minucioso estudo sobre os padrões de consumo das massas que estão enriquecendo em países como China, Índia, Filipinas, Peru e México realizado pelo departamento de pesquisa global do HSBC, e divulgado em outubro. O Brasil também aparece no relatório, mas com previsões que não são das mais brilhantes.

Segundo o HSBC, à medida que a renda cresce, a comida e outros produtos básicos param de consumir a maior parte do salário e há mais dinheiro para as coisas "divertidas" da vida. O estudo mostra que as chamadas despesas discricionárias, que são as menos ligadas às necessidades básicas de sobrevivência, sobem de aproximadamente um terço para 60% do consumo total, quando os salários sobem de US$ 1 mil por ano para algo em torno de US$ 15 mil.

O gasto com comida, que é de 43% para rendas anuais de até US$ 1 mil, caem para 10,6%, para ganhos por ano de US$ 15 mil ou mais. Já os restaurantes e hotéis, que respondem por apenas 2,9% na faixa de renda mais baixa, sobem para 8,3% na mais alta.

Um dos países que deve ter um dos crescimentos mais fenomenais de consumo até 2050, pela combinação de expansão econômica, estrutura etária (população jovem) e crescimento populacional, são as Filipinas. Segundo o relatório, o crescimento em restaurantes, recreação e cuidados pessoais deve ser multiplicado por 25.

Consumo. Já a demanda por roupas, que hoje deriva em 65% dos mercados desenvolvidos, e 35% dos países emergentes, deve ter uma reviravolta, como em muitos outros itens de consumo. Em 2050 segundo a previsão do HSBC, 57% da demanda por roupas virá dos mercados emergentes, e a parcela dos mercados ricos cairá para 43%.

Em termos de aparelhos portáteis de alta tecnologia, os mercados emergentes respondem por apenas 24%, e os ricos, por 76%. Em 2050, 55% da demanda virá dos emergentes, e apenas 45% dos desenvolvidos. O padrão se repete com os serviços financeiros, até de forma mais extrema. A parcela dos ricos vai recuar de 82% para 44% entre 2010 e 2050, enquanto a dos emergentes subirá de 18% para 56%.

A revolução de consumo dos emergentes atingirá as mais diversas áreas, como o turismo. Em 2011, 60 milhões de chineses viajaram ao exterior, número que deve subir para 130 milhões em 2015 e 200 milhões em 2020. Este último número é igual a três vezes o atual fluxo de turistas americanos para o exterior.

O estudo mostra ainda o grande espaço para o crescimento do turismo ao exterior das nações emergentes. Enquanto 20% da população americana, 34% da francesa e 13% da japonesa viajam anualmente para fora, na China o porcentual corresponde a apenas 4,3%, e é ainda mais baixo em países como o Brasil, com 2,7%, e a Índia, com 1,2%.

O trabalho mostra ainda que a renda dos trabalhadores emergentes vai crescer velozmente até 2050. No caso dos chineses, o salto será de sete vezes, com a renda individual anual per capita aumentando de US$ 2,5 mil para US$ 18 mil. Como nota o estudo, "com uma população de 1,4 bilhão de pessoas hoje, isto é muita gente se tornando mais rica".

Já a renda da população da Índia (que atingirá 1,6 bilhão de pessoas em 2050) será seis vezes maior que a atual. As Filipinas cuja população será o dobro da alemã em 2050, vão ter um aumento de renda de nove vezes. Entres os países latino-americanos, um dos maiores destaques do relatório é o Peru, que é considerado uma "estrela". O aumento médio da renda peruana projetado até 2050 é de quase 5% ao ano, comparado com menos de 3% para o Brasil.

Renda

O Brasil, aliás, não aparece muito bem no relatório. A previsão de renda per capita brasileira em 2050 é de US$ 13.547, inferior a de países como México (US$ 21.793), Turquia (US$ 22.630), Argentina (US$ 29 mil), Malásia (US$ 29.247), Chile (US$ 29.523) e até de países como Peru (US$ 18.940), Líbia (US$ 26.182), República Dominicana (US$ 16.406) e El Salvador (US$ 13.729).

Na verdade, o que conta muito contra o Brasil, por ser um dado importante na metodologia do estudo, é a demografia. Segundo o relatório, entre todos os emergentes, o Brasil terá a pior deterioração demográfica entre 2010 e 2050, com uma alta da idade mediana de 29 para 45 anos.

Segundo o trabalho, "os indivíduos tendem a fazer a maior parte do seu consumo durante seu tempo de vida entre as idades de 16 e 40 anos - o período quando os níveis de renda sobem, as casas e as famílias estão sendo construídas, e antes que os consumidores comecem realmente a poupar para a aposentadoria".

As Filipinas, novamente, apresentam a melhor demografia. A idade mediana do país é de apenas 22 anos, e em 2050 será de 32. A pior demografia está no Japão. Em 2050, quase 25% dos japoneses terão mais de 75 anos. Segundo estimativa da fabricante Fujitsu, já neste ano o consumo de fraldas geriátricas no Japão deve ser maior que o de fraldas de bebês.

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