INTERIOR
Oposicionistas relataram buracos em telhados, mato alto e até fissuras em edifícios. Outro problema é o próprio prazo da obra, que deveria estar pronta desde março de 2011
Do JC Online
Bancada oposicionista em frente ao Complexo de Itaquitinga
Foto: Clemílson Campos/JC Imagem
A bancada de oposição da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) iniciou, nesta quinta-feira (21), a série de operações-relâmpago que realizará no interior para verificar o andamento de obras e a qualidade dos serviços públicos oferecidos pelo Estado. A primeira visita ocorreu no fim da manhã e início da tarde, quando quatro dos nove integrantes do grupo visitaram o Complexo de Itaquitinga, localizado a 70 quilômetros do Recife, na Mata Norte. Segundo os deputados, vários problemas foram constatados durante a ação, a começar pelo atraso na entrega da obra, que deveria estar pronta desde março de 2011. Segundo o líder da bancada, Daniel Coelho, após reunir as informações, todos os detalhes serão levados a debate em plenário para que ações efetivas sejam tomadas. "Encontramos dois prédios com buracos no telhado, mato alto tomando conta da obra e até fissuras em um dos edifícios. Todas essas informações serão motivo de debate. A obra, que foi uma das promessas do governo, está parada. Enquanto isso, a população de Itamaracá aguarda ansiosamente a retirada dos presídios", afirmou o tucano. Além de Daniel Coelho, a bancada foi representada pelos deputados Betinho Gomes (PSDB), Terezinha Nunes (PSDB) e Ramos (PMN).
O Complexo de Itaquitinga é uma Parceria Público-Privada (PPP) que terá capacidade para 3.126 presos. Segundo acordo entre governo e iniciativa privada, nenhum preso a mais poderá ser colocado. A ideia do Estado é remover para lá todos os presos de Itamaracá, tanto da Barreto Campelo quanto da Penitenciária Agro-Industrial São João (PAISJ). No entanto, a conta não bate, já que somando a população carcerária das duas unidades, chega-se a aproximadamente 4.500 detentos. Com isso, o governo terá que buscar outras alternativas para concretizar a tão sonhada retirada dos presídios da ilha.
Tachada como pouco atuante e de complacente com o governo nos últimos dois anos da administração Eduardo Campos (PSB), a oposição quer desconstruir a “imagem arranhada” e demonstrar que não é adesista. É o resgate da tática da visita-surpresa aprovada em 2011, na Região Metropolitana do Recife, mas pouco adotada naquele ano. “Serão importantes as visitas, porque queremos dar desdobramentos na Assembleia. Não vamos nos limitar aos discursos em plenário, mas gerar ações e consequências”, acrescentou Daniel Coelho (PSDB). A próxima "blitz da oposição" deverá ocorrer em 15 dias. O local, contudo, não foi divulgado pelo grupo.