domingo, 15 de fevereiro de 2015

Homem da Meia-Noite sai em Olinda com o tema místico, mágico e fantástico

Boneco gigante iniciou seu desfile com muita história, curiosidade, paixão e misticismo

Agência Brasil

Magia do boneco sempre atrai uma multidão
Como ocorre há 83 anos, as ladeiras históricas de Olinda foram tomadas pela presença daquele que é o mais representativo dos blocos de carnaval da cidade. Exatamente à zero hora deste domingo (15) o Homem da Meia-Noite iniciou seu desfile com muita história, curiosidade, paixão e misticismo.
O tema com que o bloco saiu às ruas este ano foi Místico, Mágico e Fantástico. “Foi um tema que surgiu no seio da família. Um dia, chegando em casa, meu filho disse que tinha um grande tema para o Homem da Meia-Noite – 'místico, mágico e fantástico'. A aprovação foi imediata. Não poderia ser diferente, porque é tudo o que o Homem da Meia-Noite representa”, explicou o presidente do bloco, Luiz Adolpho de Silva.
A figura do Homem da Meia-Noite surgiu no Dia de Iemanjá, em 2 de fevereiro de 1932, com base no calunga - personagem místico do candomblé, cercado de simbolismos. A sede do bloco fica em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, onde se encontram grupos ligados a religiões de matriz africana.
O traje e o lugar onde fica o boneco também são segredos, assim como o fato de sempre sair à meia-noite. “É a hora mais mística para o brasileiro, é quando aparecem a mula sem cabeça e o lobisomem, argumenta Luiz Adolpho.
A magia do boneco sempre atrai uma multidão. Caso do operador de furadeira, Alexandre Vieira, e seu sobrinho, o estudante, Victor Ribeiro. Morador de Olinda, Vieira acompanha o Homem da Meia-Noite há 40 anos. ”Todos os anos eu estou neste evento maravilhoso, com toda esta multidão atrás do calunga. Depois do Galo [da Madrugada], o carnaval é no Homem da Meia-Noite. São as duas maiores tradições do carnaval”, contou.
A tradição é seguida pelo sobrinho, que acompanha o desfile desde que tinha 5 anos de idade. “Gosto de ver o movimento de gente, as pessoas fantasiadas, vestidas de Homem da Meia-Noite. Nunca tive sono, para mim é uma tradição”, revelou Victor, de 13 anos. Assim como centenas de foliões, os dois também estavam com a fantasia do calunga, nas cores verde e branco, e com uma cartola preta.

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