Entenda os riscos e vantagens do produto sustentável que é a nova moda entre as mulheres
Copinho vem ganhando adeptas a cada dia, mas ainda causa estranheza à primeira vista. Fotos: Brenda Alcântara/Esp. DP/D.A Press |
Ele tem pouco mais de quatro centímetros, mas desperta paixões e repulsa por onde passa. Polêmico, o copo coletor menstrual traz uma solução sustentável para o tabu da menstruação, no entanto, também pode ocultar sérios riscos à saúde a depender da forma como é manuseado. O copinho escancarou na sociedade mais do que um pensamento ecológico, trouxe à tona um assunto que vive no armário: a importância do autoconhecimento da mulher.
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Mudança no comportamento da sociedade reflete diretamente nas vendasEstudo indica que mulheres com melhor noite de sono têm mais libidoPara a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto não tem finalidade terapêutica definida, por isso não é considerado para a saúde e não possui regulamentação. "Durante o período menstrual, é uma coisa que se coloca e tira do corpo com frequência. Após o uso, ele fica guardado por um mês e volta a ser utilizado. É preciso ter muita higiene. Manter as mãos sempre limpas, lavar o aparelho, colocar em água fervente. Tudo depende da mulher", complementou a ginecologista.
Menos invasivo que o absorvente interno, o copinho é alternativa para quem não quer se privar de atividades físicas e banhos de mar. Arte: Inciclo/Divulgação |
Usuária do copinho há aproximadamente um ano, a universitária Ana Beatriz de Barros Monteiro, 22, só pensa nas vantagens. "Ele me dá segurança sobre meus movimentos, minhas roupas. Posso ir à praia, à piscina. Não me privo de coisas que, geralmente, quem usa absorvente não faz. Produzo menos lixo e fico com a minha consciência tranquila. E ele não tem mau cheiro e nem incomoda na calcinha como se tivesse um alien entre as minhas pernas", brincou. O odor da menstruação é causado por uma reação química fruto do contato do sangue com a atmosfera. Como o coletor é interno, o mau cheiro não existe.
A estudante Ana Beatriz usa e recomenda |
De acordo com os especialistas, a questão é cultural. "O copinho foi criado faz tempo, mas nunca foi muito falado. A mulher sempre foi muito reprimida em relação ao próprio corpo e à sexualidade. Elas têm dificuldade de manusear a região e de aprender mais sobre elas mesmas. Essas barreiras demoram para ser ultrapassadas", analisou a ginecologista. A adepta ao copinho concorda. "A resistência existe com qualquer coisa que vai de encontro ao toque do próprio corpo. As mesmas pessoas que dizem que não usariam o copinho, dizem que não utilizam o absorvente interno. Está tudo muito ligado à ideia de que as partes íntimas são intocáveis", criticou Ana Beatriz.
Sustentabilidade
Por trás das facilidades oferecidas pelo copo coletor menstrual ainda há a questão sustentável. O copinho pode durar anos substituindo o absorvente, que é considerado um dos maiores vilões da natureza por levar centenas de anos para se decompor. O tempo de duração do coletor depende de fatores como a frequência do uso, o modo de higienização, o pH da vagina e os produtos que são utilizados durante a limpeza. O recomendado é que seja trocado a cada três anos.