Há um texto muito celebrado, escrito por Bertold Brecht, que identifica perfeitamente bem o Analfabeto Político.
Quem quiser ler o tal texto é só abrir o “Google” e pesquisar sobre “o
analfabeto político”, o que é, tal qual declarado, o terror dos
políticos profissionais, que jamais querem ver a população politicamente
alfabetizada.
Mas, eu enveredei hoje por esse tema porque ontem fui dormir um tanto
quanto preocupado com uma pessoa amiga que, aparentemente, dizia ter
independência política, porém está, agora, se rendendo aos encantos do
intercâmbio estudantil, tão propalado pelo Governo Eduardo Campos. E a
explicação para o atual silêncio veio quase inaudível, é que o filho
dessa senhora está participando do “bendito” intercâmbio cultural.
Primeiramente, fique claro que o governo não está fazendo mais do que a
sua obrigação. Ele está tão somente devolvendo ao povo parte dos
recursos gerais, que compulsoriamente retira desse povo através dos
tributos.
Não vejo nenhum político profissional como “bonzinho”. Nenhum deles
“bate prego sem estopa”. Em tudo, do pouco que fazem (poderiam fazer
muito mais – afinal foram eleitos para isto), só pensam no retorno
político-eleitoral e na perpetuação no poder. O fim precípuo é o seu
próprio marketing, ainda que necessite abusar da dor alheia.
Em meio a alguns projetos idealizados e eles são profissionais nisto,
surgem uns fatos que os políticos “mandatários de plantão” tiram
proveito e aparecem na mídia pousando de bons samaritanos, como fizeram
no recente caso da babá petrolinense.
A verdade é que nenhum político mete a mão no bolso para ajudar a quem
quer que seja. Criam fundos com o dinheiro público e fazem festa com o
chapeu alheio.
Estou torcendo para que as empresas (Pessoas Jurídicas) fiquem
proibidas de fazer doações em campanhas político-eleitorais. É sabido
que muitas delas doam para diversos candidatos concorrentes.
Proporcionalmente quem está à frente nas pesquisas eleitorais recebe
maior doação, quem está em desvantagem recebe menos. Ainda assim os
vitoriosos ou os perdedores têm que emitir recibos eleitorais para os
grandes empresários e o “troco” é dado na constância do mandato.
Lamento profundamente que as pessoas se iludam com tão pouco. Tablets;
Intercâmbio; Traslado de corpo; Esmolas enfim, frente à grande
arrecadação que os entes Município, Estado e União Federal estão a
recolher com avidez ano após ano. Mas, no fundo, a culpa deve ser
distribuída entre aqueles que jamais conseguiram suplantar o seu próprio
analfabetismo político.
Severino Melo – para quem mandato não é emprego e política não é profissão. smelo2006@gmail.com