terça-feira, 11 de março de 2014

Divulgador da Telexfree faz greve de fome em frente ao Congresso



Um divulgador da Telexfree iniciou, nesta segunda-feira (10), uma greve de fome acorrentado em frente ao Congresso, em Brasília, com o objetivo de ser recebido pela presidente Dilma Rousseff. O protesto é contra uma decisão da Justiça que bloqueou as contas da empresa no Brasil, determinado há oito meses por suspeita de que o negócio seja uma pirâmide financeira.

É a segunda vez que radialista Aerci Arreal Olm, de 33 anos, faz esse tipo de manifestação. Em janeiro, ficou, conta, 42 horas sem comer em frente ao Fórum de Rio Branco – o bloqueio foi determinado pela Justiça do Acre.

Desta vez, Olm tentará atingir a marca de 120 horas, ou até que a presidente Dilma o receba

“A Dilma está indo para o Chile e só volta amanhã (11). Por consequência nós temos que aguardar”, diz Olm, em entrevista ao iG.” Viemos organizados para aguardar até sexta-feira (14).”

O radialista espera conseguir atrair mais gente para o protesto, principalmente quem ganhou mais dinheiro com o negócio – os chamados líderes – e Carlos Costa, um dos proprietários da Telexfree.

“lImagina se um cara desses vem e diz ‘estou aqui’. Seria totalmente expressivo”, diz Olm. “Ele fica lá no conforto da casa dele e tem uma porção de divulgador que também não faz nada.”

Um dos advogados de Costa disse que não comentaria a manifestação.

Bloqueio já dura 265 dias
Apresentada como um negócio de marketing multinível, a Telexfree é acusada pelo Ministério Público do Acre de ser, possivelmente, a maior pirâmide financeira da História do País. O argumento é que a empresa se sustenta das taxas de adesão pagas pelos divulgadores, e não da venda dos pacotes de telefonia VoIP.

Os bens da empresa e de seus sócios foram bloqueados em junho de 2013 a pedido do MP-AC. O objetivo é que o dinheiro seja devolvido a quem apostou no negócio mas não conseguiu recuperar seus investimentos.

Estima-se que 1 milhão de pessoas tenham aderido à Telexfree no Brasil até o congelamento dos recursos e a proibição de novos cadastros. O número pode ser maior pois ao menos até dezembro passado – seis depois, portanto – ainda era possível entrar para o negócio, como a reportagem mostrou.

O ressarcimento pedido pelo MP-AC, entretanto, depende de um aval da Justiça, que também tem de decidir se o negócio é ou não uma pirâmide financeira.

Os representantes da Telexfree sempre negaram irregularidades. 
IG

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