Foi no sufoco, como manda o figurino de todo Brasil x Uruguai. Mas a seleção conseguiu ser mais eficiente e garantir vaga na decisão da Copa das Confederações com a vitória por 2×1, no Mineirão, na tarde desta quarta-feira. Fred e Paulinho marcaram para a seleção. Cavani fez o gol celeste.
Aquele Brasil pressionando desde o início, ocupando a intermediária adversária, não se repetiu diante do Uruguai. Óscar Tabárez montou a sua equipe num formato bem parecido a da seleção e passou a fazer o que o time de Felipão fez nos primeiros jogos da Copa das Confederações.
Aí apareceu claramente a limitação dos brasileiros na saída de bola. O time mal conseguiu ultrapassar o meio de campo. A pressão celeste tirou a tranquilidade da seleção. O pênalti de David Luiz em Lugano foi um sinal de desespero.
A defesa de Julio Cesar garantiu ao Brasil passar intacto à blitz uruguaia e, a partir daí, equilibrar a partida. Não qualidade técnica, os erros de passes de ambas as seleções foram excessivos. Mas em postura e atitude.
Somente depois dos 30 minutos e que o time de Felipão começou a se impor, especialmente depois que os laterais (principalmente Marcelo) passaram a sair mais para o jogo. O resultado foi o gol de Fred, construído a partir de ótimo lançamento de Paulinho e boa jogada de Neymar.
O segundo tempo repetiu o primeiro na pressão da Celeste e na confusão da defesa brasileira. O gol de empate de Cavani foi uma sucessão de vacilos.
Assim como o jogo diante da Itália, as circunstâncias da pressão adversária serviram para mostrar um certo grau de maturidade que esta seleção está adquirindo aos poucos. E para mostrar que Felipão não está tão ortodoxo como da primeira vez que comandou a seleção.
O técnico brasileiro se mostrou flexível nas suas alterações e, graças a elas, o seu time retomou o controle do jogo. As entradas de Bernard e Hernanes nas vagas de Hulk e Oscar deram mais movimentação pelos lados e consistência no meio de campo.
A seleção passou a pressionar e, mesmo sem conseguir criar tantas chances claras, achou o gol que deu uma vaga na decisão da Copa das Confederações.
Sem mostrar a qualidade técnica que se espera e se cobra, o Brasil teve o mérito de saber encontrar alternativas em meio à pressão e sair dela. Trata-se de um detalhe muito importante para um time vencedor, mas que não esconde algumas outras deficiências, como a dificuldade de sair jogando com uma marcação mais forte em seu campo
ATUAÇÕES
DEFESA
Julio Cesar foi decisivo com três minutos de jogo, do qual foi escolhido como o melhor em campo.
Os laterais Daniel Alves e Marcelo oscilaram muito ao longo da partida, principalmente o primeiro.
A boa dupla de zaga andou falando em bolas que costuma falhar.
MEIO DE CAMPO
Luiz Gustavo foi o cão de guarda à frente da defesa de costume. Paulinho merecia o prêmio de melhor em campo. Esteve bem enquanto volante e enquanto meia, foi responsável pelo lançamento que resultou no primeiro gol e marcou o segundo.
Oscar, mais uma vez, teve lampejos de bom futebol e muitos sumiços na partida.
A entrada de Hernanes ajudou o time a crescer no jogo
ATAQUE
Hulk desempenha uma função tática importante, mas, às vezes, é preciso abrir mão dela em prol de uma maior qualidade técnica. Felizmente, Felipão enxergou isto e o trocou por Bernard.
Fred foi o atacante oportunista e brigador que se espera e Neymar não brilhou individualmente, mas teve participação direta nos dois gols brasileiros.
1 – Quem começou pressionando foi o Uruguai e aos 12 minutos teve uma chance de ouro para abrir o placar. David Luiz agarrou descaradamente Lugano dentro da área e o árbitro deu pênalti. Mas, na cobrança de Fórlan, Julio Cesar caiu no canto certo e espalmou para escanteio.
2 – Somente aos 16 a seleção brasileira chegou com algum perigo. Oscar arriscou da intermediária e a bola passou perto do gol de Muslera.
3 – Aos 27, o Brasil conseguiu finalizar de dentro da área uruguaia. Mas o chute de Hulk foi muito alto.
4 – Um minuto depois, na resposta da Celeste, por muito pouco Forlán não se redimiu do pênalti perdido ao marcar num chutaço da entrada da área.
5 – O jogo melhorou um pouco depois dos 30 minutos. Aos 36, Marcelo foi à linha de fundo e cruzou rasteiro para Fred, que bateu prensado para fora.
6 – Aos 41, o Brasil desencantou. Paulinho fez um lindo lançamento, no peito de Neymar, que ganhou do marcador e tocou na saída de Muslera, que deu rebote. Fred aproveitou a sobra e tocou para dentro do gol celeste. 1×0.
7 – O Brasil voltou confuso para o segundo tempo com a sua defesa batendo cabeça. Aos três minutos, a área da seleção pareceu um fliperama, com os defensores chutando em cima deles próprios e dos adversários. Cavani empurrou para dentro a bola final. 1×1.
8 – Aos 12 minutos, o Brasil avisou que estava vivo. Hulk soltou uma bomba na cobrança de uma falta e Muslera colocou para escanteio.
9 – A entrada de Bernard na vaga de Hulk deu mais movimentação pelos lados do campo. Aos 22, Neymar tabelou com Oscar, mas chutou em cima do goleiro uruguaio.
10 – Aos 41, o gol colocou o Brasil na final da Copa das Confederações. Neymar cobrou escanteio no segundo pau, na cabeça de Paulinho, que testou sem defesa para Muslera. 2×1.
BRASIL
Julio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar (Hernanes); Hulk (Bernard), Fred e Neymar (Dante). Técnico: Luís Felipe Scolari.
URUGUAI
Muslera; Maxi Perreira, Lugano, Godín e Martín Cáceres; Arévalo, Álvaro González (Gargano)e Cristian Rodríguez; Fórlan, Luis Suáres e Cavani. Técnico: Óscar Tabárez.
LOCAL: Mineirão
ÁRBITRO: Enrique Osses (CHI)
CARTÃO AMARELO: David Luiz, Luiz Gustavo, Marcelo (B); Cavani, González (U)
GOL: Fred (41/1º); Cavani (3/2º); Paulinho (41/2º)
RENDA: Não divulgada
PÚBLICO: 57.800
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