Democratização do espaço urbano é foco de evento realizado n
- RODRIGO PASSOS, da Folha de Pernambuco
Nathália Bormann
Amanhã é o Dia Mundial Sem Carro, ação que propõe uma reflexão sobre os problemas ocasionados pelo uso intenso dos automóveis como forma de deslocamento, principalmente nos centros urbanos. Em comemoração, será realizada uma “bicicletada” em prol do uso moderado de carros, o que visa intensificar a discussão sobre o estímulo ao uso da bicicleta. O tema vem sendo debatido constantemente pelos órgãos públicos e representantes da sociedade, já que a cidade vive um intenso problema de mobilidade e busca alternativas para resolução do inchaço nas vias públicas. Ontem a discussão foi realizada em um seminário com o intuito de elaborar um documento com alternativas viáveis que serão entregues aos postulantes à prefeitura do Recife.
Quem passar pela praça do Parnamirim amanhã, por volta das 16h, poderá se deparar com cerca de 200 ciclistas-ativistas que irão participar do ato. “A ação é um movimento aberto que tem por objetivo promover o debate sobre a importância da implantação de ciclofaxias”, destacou uma das participantes do movimento intitulado de Bicicletada, Mariana Lyra. Ainda em ações vinculadas ao Dia Mundial Sem Carro, também está programada a Vaga-Viva, que tem o objetivo de propor uma reflexão sobre o espaço público dado aos carros. “Essa intervenção vai mostrar como o espaço público, no caso das vagas nas ruas, pode ser utilizadas para lazer, por exemplo. Normalmente, as pessoas realizam piqueniques nessas vagas”, contou.
Várias são as opiniões sobre a mobilidade urbana e mais ainda são alternativas sugeridas, tanto por especialistas, quanto por usuários dos espaços. Mas, a diversidade de opiniões nem sempre converge para o mesmo ponto em comum, muito embora a necessidade de intervenções em prol da mobilidade seja unânime. “A via precisa ser compartilhada entre os modais, com prioridade para os não motorizados, como as bicicletas”, pontuou o coordenador do Instituto da Cidade Engenheiro Pelópidas Silveira, Milton Botler. Para ele, alguém precisa arcar com as novas intervenções e, provavelmente, serão os usuários de carro. “Vimos, nos últimos dias, na implantação da ciclofaixa na Estrada do Arraial, o embate, que vai se estender nos próximos anos. Os carros devem ser usados, mas sem prejudicar a coletividade”, avaliou.
Este foi o quarto debate realizado pela JBR Engenharia, que organizou o ciclo de palestras com o intuito de ouvir opiniões distintas. O objetivo é, depois das análises dos especialistas, entregar aos candidatos um documento com os resultados para auxiliar na construção de um novo plano de mobilidade.
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