João Alfredo é a típica cidade do interior nordestino. Pacata, moradores jogando dominó em toda esquina, sem semáforos e com as tradicionais praça e igrejinha. Localizado no Agreste de Pernambuco, a 120 quilômetros do Recife, o município vive uma estranha efervescência que atende pelo nome de eleição.
O atual prefeito, Severino Cavalcanti (PP), teve sua candidatura à reeleição impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) com base na Lei da Ficha Limpa este mês. Temendo o desgaste que um recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) traria, ele decidiu renunciar à postulação. Quem assumiu a chapa foi a ex-candidata a vice, Anna Mendes (PSDB), filha do ex-prefeito por quatro mandatos, Sebastião Mendes (PSDB).
Além de somar o apoio do ex-presidente Lula (PT), da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), o pepista tem prestígio na cidade por ser filho da terra e ter assumido a presidência da Câmara dos Deputados, em 2005, quando cumpria um dos três mandatos como deputado federal. Ficou no comando da Casa por apenas um ano, já que renunciou após eclodir o chamado "Escândalo do Mensalinho", no qual Severino foi acusado de cobrar propina do empresário Sebastião Buani para renovar um contrato da Câmara com o restaurante dele. Aos 81 anos, Zito, como é conhecido na cidade, contabiliza ainda sete mandatos de deputado estadual e dois como prefeito de João Alfredo, o atual e o primeiro, que ocorreu entre 1962 e 1966.
A única adversária da chapa da situação é Maria Sebastiana (PTB), que foi a antecessora de Severino na Prefeitura, de 2005 a 2008. A petebista atraiu o apoio do atual vice-prefeito, Dimas Santos (PR), que rompeu com o prefeito por motivos nebulosos. Também aparece na lista de aliados o ex-vice-prefeito Zeca Falcão (PTB).
A disputa acirrada divide a população. A reportagem passou o dia na cidade e não parou de circular carros de som fazendo propaganda das duas candidaturas em alto e bom som. Como grande parte dos 32 mil habitantes trabalham na Prefeitura, muitos moradores têm receio de declarar voto à oposição em conversa com a imprensa. Aliás, a desconfiança aparece também quando surge a pergunta: "o que ainda falta na cidade?".
Quem diz que vai votar em Maria Sebastiana teme pelo fato de Anna Mendes não ter experiência política. O único cargo político que consta no seu currículo é a titularidade da Secretaria de Assistência Social. No outro time estão os eleitores cativos de Zito e do ex-prefeito Sebastião Mendes.
"Eles fundaram João Alfredo. Não dá para contar em um dia inteiro o que eles fizeram pela cidade", defende o agricultor Severino Carneiro de Moura, de 60 anos. "Zito fez o banheiro público, fez escolas e postos de saúde na zona rural. Tem uma creche sendo construída também", enumera.
Para o motorista Ricardo José da Silva, 40, mudança de candidato não foi negativa. "Ela tem boa índole, é amada por todos. Se não fosse Zito a gente queria ela mesmo. Ela conversa com todo mundo, não esculhamba ninguém", avalia.
Além de somar o apoio do ex-presidente Lula (PT), da presidente Dilma Rousseff (PT) e do governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), o pepista tem prestígio na cidade por ser filho da terra e ter assumido a presidência da Câmara dos Deputados, em 2005, quando cumpria um dos três mandatos como deputado federal. Ficou no comando da Casa por apenas um ano, já que renunciou após eclodir o chamado "Escândalo do Mensalinho", no qual Severino foi acusado de cobrar propina do empresário Sebastião Buani para renovar um contrato da Câmara com o restaurante dele. Aos 81 anos, Zito, como é conhecido na cidade, contabiliza ainda sete mandatos de deputado estadual e dois como prefeito de João Alfredo, o atual e o primeiro, que ocorreu entre 1962 e 1966.
A única adversária da chapa da situação é Maria Sebastiana (PTB), que foi a antecessora de Severino na Prefeitura, de 2005 a 2008. A petebista atraiu o apoio do atual vice-prefeito, Dimas Santos (PR), que rompeu com o prefeito por motivos nebulosos. Também aparece na lista de aliados o ex-vice-prefeito Zeca Falcão (PTB).
A disputa acirrada divide a população. A reportagem passou o dia na cidade e não parou de circular carros de som fazendo propaganda das duas candidaturas em alto e bom som. Como grande parte dos 32 mil habitantes trabalham na Prefeitura, muitos moradores têm receio de declarar voto à oposição em conversa com a imprensa. Aliás, a desconfiança aparece também quando surge a pergunta: "o que ainda falta na cidade?".
Quem diz que vai votar em Maria Sebastiana teme pelo fato de Anna Mendes não ter experiência política. O único cargo político que consta no seu currículo é a titularidade da Secretaria de Assistência Social. No outro time estão os eleitores cativos de Zito e do ex-prefeito Sebastião Mendes.
"Eles fundaram João Alfredo. Não dá para contar em um dia inteiro o que eles fizeram pela cidade", defende o agricultor Severino Carneiro de Moura, de 60 anos. "Zito fez o banheiro público, fez escolas e postos de saúde na zona rural. Tem uma creche sendo construída também", enumera.
Para o motorista Ricardo José da Silva, 40, mudança de candidato não foi negativa. "Ela tem boa índole, é amada por todos. Se não fosse Zito a gente queria ela mesmo. Ela conversa com todo mundo, não esculhamba ninguém", avalia.
Ricardo José da Silva defende gestão de Zito (Foto: Fábio Jardelino/NE10)
A funcionária pública Maria Lúcia de Lira, 55, está do lado de Maria Sebastiana. "Gostei dela como prefeita. Trabalhou na saúde, educação... muito boa. Já conheço o trabalho dela e ninguém conhece a outra [Anna Mendes] na política. Moro aqui na cidade e nunca vi ela passando", conta.
O mesmo posicionamento tem a professora Gabriela de Lima e Silva, 28. "O comércio é pequeno, éramos tradicionais pelas serralharias. Hoje tem bem menos, aí já diminui os empregos", reclama. Ela também diz que os docentes não recebem "pó de giz" para trabalhar, que postos de saúde e escolas foram fechados na gestão do pepista. "Ainda recebemos atraso constantemente".
O mesmo posicionamento tem a professora Gabriela de Lima e Silva, 28. "O comércio é pequeno, éramos tradicionais pelas serralharias. Hoje tem bem menos, aí já diminui os empregos", reclama. Ela também diz que os docentes não recebem "pó de giz" para trabalhar, que postos de saúde e escolas foram fechados na gestão do pepista. "Ainda recebemos atraso constantemente".
Gabriela de Lima e Silva reclama de falta de investimento na educação (Foto: Fábio Jardelino/NE10)
Procuradas pela reportagem, nem Ana Mendes nem Maria Sebastiana atenderam aos pedidos de entrevista.
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