O primeiro módulo da fábrica da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) entrou em operação nesta quinta-feira (27), em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, distante 63 quilômetros do Recife. No local, funciona a câmara fria da empresa, a uma temperatura de 35 graus negativos, onde são feitas a recepção, triagem e armazenagem do plasma, a parte líquida do sangue onde estão as proteínas.
O edifício passou a receber hoje a matéria-prima dos hemoderivados, o plasma sanguíneo, transportado em caminhões refrigerados que percorrem 115 serviços de hemoterapia de todo o País. “Após recebermos o plasma, verificamos toda a documentação, que são os relatórios de sorologia emitidos pelos hemocentros, e fazemos nossa verificação da conformidade de temperatura durante o transporte. Após a triagem e a checagem de qualidade, emitimos o material para processamento na França”, explicou a gerente de Plasma e Hemoderivados, Adriana Parodi.
Até 2014, esse plasma será remetido ao Labortório Francês de Biotecnologia (LFB), na França, onde serão transformados em hemoderivados e retornarão ao Brasil para serem distribuídos pelo Sistema Único de Saúde. “Nós podemos dizer que a fábrica começou a funcionar hoje, que a primeira etapa de produção dos medicamentos ocorre aqui, em Goiana. Aos poucos, esta fábrica terá todas essas etapas para produzir sozinha os medicamentos”, disse o diretor de Produtos da Hemobrás, Luiz Amorim.
A planta industrial inaugurada é destinada à produção de albumina, imunoglobulina (anticorpos), fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator de Von Willebrand – todos, atualmente, são 100% importados pelo governo federal. Os medicamentos fabricados irão atender pacientes com doenças como hemofilias, cirrose, alguns tipos de câncer, Aids, imunodeficiência primária, vítimas de queimaduras ou pessoas em tratamento de terapia intensiva.
Em dezembro de 2011, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, visitou a edificação, que começou a ser construída na metade daquele ano, com valor estimado de R$ 27,4 milhões. O edifício, equivalente a um prédio de seis andares, abriga a câmara fria, totalmente automatizada, capaz de estocar 1 milhão de bolsas de plasma.
Desde junho de 2011, está em andamento a segunda etapa das obras da fábrica, englobando 12 blocos. Entre os prédios, está o que fará o fracionamento do plasma sanguíneo e sua transformação em medicamento e o que envasará os produtos. O investimento nessa fase é de R$ 269 milhões. Os demais blocos – são 19, ao todo – devem entrar em operação em 2014. Com essa fábrica, o Brasil se tornará um dos 15 países em todo mundo a fabricar hemoderivados.
Do G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário