Desde o início da colonização no Brasil,
aulas de matemática e línguas foram ofertadas aos nativos.
Entretanto, o processo educacional no país se deu de forma lenta e tardia,
afirma especialista
A educação no Brasil sempre foi um tema muito pertinente, muitas vezes pela problemática de estar quase constantemente um passo atrás no desenvolvimento do país. Nesta terça-feira (28) é comemorado o Dia Internacional da Educação, uma data para ser não apenas lembrada, como também exercida cotidianamente. Mesmo sendo uma data de extrema importância, ela não consta no calendário nacional.
A educação no Brasil teve início em 1500, quando os portugueses chegaram ao continente e começaram a instruir catolicamente os primeiros índios. Os indígenas aprendiam o português – e também o espanhol, quando o coloco era hispânico –, bem como profissões e noções de matemática.
A partir de 1790, o Estado passou a ser responsável pela educação – papel exercido anteriormente pelos jesuítas. Apenas quem podia pagar tinha um professor particular. Após a independência do Brasil, começaram a existir as escolas. Lá, estudavam filhos de fazendeiros, senhores de engenho, farmacêuticos, militares e outras autoridades. Apenas a alta sociedade da época tinha a garantia de estudos. Poucos conseguiam continuar com as aulas, pois no Brasil ainda não existiam instituições de ensino superior.
A especialista em história da educação no Brasil, Adriana Silva, explicou que os alunos não estudavam propriamente em uma escola, mas tinham ensinamentos em aulas públicas, para diversas crianças. “Os professores ensinavam às crianças de diversas idades e níveis de aprendizagem. Era claramente algo complicado”, explicou a professora. Apenas no Século 19 foram criadas simultaneamente as primeiras instituições de ensino superior do País, a Universidade de Medicina da Bahia e a Escola de Direito do Recife. Após essa fase, as instituições de ensino superior vêm aumentando a expansão e a qualidade das pesquisas. “Paradoxalmente, o ensino superior cresceu e prosperou. Em questão de pesquisas, o Brasil não deixa a desejar para nenhum outro país”, disse Adriana Silva.
A especialista ainda é crítica sobre a questão do ensino no Brasil. Para ela, o Brasil iniciou sua expansão educacional de forma tardia e as universidades ainda veem os alunos como máquinas. “Iniciamos um processo educacional tardio e lento. Além disso, as universidades têm que perceber que a gente não produz coisa, a gente produz gente, que deve ser tratada como tal”, falou especialista.
Números atuais
Atualmente, são mais de 2 mil de universidades no Brasil. Mais de nove milhões de alunos estão matriculados nas instituições, segundo dados de 2013 fornecidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Nas escolas de ensino básico, mais de 49 milhões de alunos estão regularmente matriculados nas instituições de ensino básico no Brasil. Desse número, quase 8 milhões estão na educação infantil; 28 milhões no ensino fundamental; e aproximadamente oito milhões e meio no ensino médio. Os dados são de 2014 e foram fornecidos pelo Inep.
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