O trio conhecido como “Canibais de Garanhuns” vai a júri popular no dia 20 de outubro pelo homicídio quadruplamente qualificado de Jéssica Camila da Silva Pereira. A jovem seria a primeira vitima dos acusados, que ainda responderão por vilipêndio (desrespeito ao corpo) e ocultação de cadáver, segundo o TJ-PE (Tribunal de Justiça de Pernambuco). De acordo com a promotora de Justiça Eliane Gaia, um caderno, intitulado “livro do esquizofrênico”, será a principal prova apresentada pela acusação contra os criminosos.
Segundo a denúncia do MP (Ministério Público) de Pernambuco, Jéssica Camila da Silva Pereira, então com 17 anos, foi assassinada pelos acusados Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva em maio de 2008, em Olinda (PE).
De acordo com a Eliane Gaia, o caderno, escrito por Silveira, descreve todo o ritual que era feito com as vítimas, sendo que as anotações foram elaboradas antes dos assassinatos. Foram feitas várias cópias do caderno para servir como prova nos julgamentos das outras vítimas dos canibais, ainda sem data marcada.
No júri de outubro, a promotoria quer mostrar qual foi a participação de cada um na morte de Jéssica. Para o MP, Silveira era o mentor e executor do crime. Isabel foi a responsável por levar a vítima ao local do assassinato, oferecendo emprego para ela em sua casa. Já Bruna, exercia liderança com Silveira e colaborava ativamente nos crimes.
Ainda de acordo com a promotoria, provas testemunhais também terão grande importância no julgamento. Uma jovem que foi atraída pelo trio vai depor. A moça afirmou à polícia que lhe ofereceram um emprego — mesma tática usada com Jéssica —, mas ela desconfiou da proposta e recusou. Já o delegado do caso e os peritos, explicarão os passos da investigação.
A promotora acredita que, com a somatória das penas dos acusados, eles devem ser condenados a mais de 30 anos de prisão. O trio permanecerá detido em presídios do interior de Pernambuco até o julgamento, que deve durar pelo menos três dias.
Jéssica era moradora de rua e tinha uma filha de ano e passou três meses na casa dos acusados antes de ser morta. O corpo da jovem foi partido em pedaços e o trio ainda guardou a carne para consumo humano e ocultou os restos mortais. Silveira e Isabel ficaram com a criança da vítima para criá-la como se fosse filha deles. A garota, inclusive, chegou a comer a carne da própria mãe. Segundo o TJ-PE, Bruna ainda chegou a assumir a identidade de Jéssica.
Relembre o caso
O trio está preso desde abril de 2012. À polícia, eles relataram que eram integrantes de uma seita chamada Cartel, que tem como meta a purificação do mundo e o controle populacional, por isso as vítimas sempre eram mulheres. Além de Jéssica, os criminosos também respondem pelas mortes de Giselly Helena da Silva e Alexandra Falcão da Silva — o desaparecimento das duas últimas foi o que motivou o início das investigações policiais.
Após perícias e interrogatórios que começaram em Garanhuns, a polícia encontrou provas com relação ao assassinato de Jéssica, ocorrido em Olinda. Os restos de Jéssica foram achados emparedados na casa do trio. Estas partes, como as mãos da vítima, eram consideradas impuras. O restante era consumido pelo trio. Os acusados chegaram, inclusive, a rechear os salgadinhos que vendiam com a carne de vítimas.
Em julho de 2012, os acusados passaram por exames de sanidade mental que provaram que eles podem responder pelos próprios atos. Os acusados vão permanecer presos até o dia do júri popular.
Do R7
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