Priscilla Costa, especial para a Folha
Arthur Mota/Folha de Pernambuco
Marcos Andrey optou pela caminhada em vez da cirurgia
De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 51% da população
brasileira é vítima da obesidade e do sobrepeso. “Só no Brasil, no ano
passado, 70mil pessoas já realizaram a cirurgia”, frisa o
vicepresidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica (SBCBM), Josemberg Marins Campos, que detalha: “Onúmero de
obesos aumenta no mundo a cada dia e a cirurgia bariátrica vem se
tornando um importante aliado no tratamento de pacientes com obesidade,
mas só a partir do grau três”, alertou o profissional.
Ainda de acordo com Walter França, na maioria dos casos, coma cirurgia
bariátrica, além de perder grande quantidade de peso, o paciente temos
benefícios damelhora, oumesmo cura, do seu diabetes, controle da
pressão arterial, dos lipídeos sanguíneos, dos níveis de ácido úrico e
alívio das dores articulares. Ele também explica que, antes de se
submeter à operação, além de meditar sobre as mudanças desejadas, os
pacientes devem passar por exames pré-operatórios fundamentais. Os
testes consistem em avaliações nutricionais, cardiológicas e
endocrinológicas. “Um deles é o exame psicológico, na qual os médicos
avaliame preparamo obeso para o procedimento”, observa omédico. Ao
todo, os pacientes precisamesperar de dois a seis meses até que todos
os requisitos sejam concluídos. Somente depois disso a cirurgia pode
ser autorizada.
A psicóloga clínica Ana Laura Sá de Andrade, que atua no acompanhamento
de pacientes bariátricos, salienta que a consulta psicológica não é uma
maneira de dar dicas sobre como ser magro. “A avaliação pretende fazer
com que o paciente reflita sobre sua relação com a comida, a maneira
como ele escolhe os alimentos, as sensações e sentimentos atribuídos ao
ato de comer, os motivos que o leva ao descontrole, além de fazê-lo
pensar sobre a maneira particular de ser obeso e o que uma intervenção
cirúrgica poderá produzir diante disso”, esclarece.
Quem faz a cirurgia bariátrica geralmente perde peso muito rápido,
alémde não sentir tanta fome. Segundo o cirurgião, “isso acontece
porque a produção da agrelina (hormônio do apetite) cai muito, o que
faz com que haja uma inibição no apetite. Além disso, após a cirurgia,
30% do estômago é reduzido, ou seja, por ficar menor, acontece a
sensação de empachamento, por mais que se coma muito pouco”, detalha.
Mas, ao contrário do que muitos pensam, a cirurgia bariátrica não é uma
solução milagrosa e só traz bons resultados se o paciente mudar os
hábitos de vida, como explicou o cirurgião França. “É preciso haver uma
consciência do paciente que ele vai precisar mudar hábitos. Aprender a
se alimentar corretamente, sem excessos e colocar a atividade física na
sua rotina”, concluiu.
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