Pesquisadores brasileiros encontraram no interior da Bahia fósseis de um tipo de peixe pré-histórico nativo da Europa, que nunca tinha sido encontrado na América do Sul. A espécie inédita foi descrita em um estudo publicado em maio pela revista científica “PLoS One”.
Nesse tempo, onde hoje fica o sertão da Bahia, havia um lago salgado, uma faixa de mar que entrava para o continente. Foi no município de Tucano, a 270 km de Salvador, que o fóssil desse peixe foi encontrado.
O fóssil já havia sido coletado na década de 1960 e mencionado em trabalhos mais antigo, mas ninguém tinha descrito a nova espécie em uma revista científica ainda – a publicação de um trabalho como esse é necessária para que a existência de uma espécie seja aceita.
“Quando eu o vi, reconheci características dos grupos da Europa”, contou Amaral. A principal diferença identificada em relação aos peixes mais típicos da América do Sul foi no formato de um osso chamado “pré-opérculo”, que fica na cabeça do animal. “É a primeira evidência clara de intercâmbio entre a Espanha e essa região do Brasil”, apontou.
O paleontólogo explicou que quando os continentes se dividiram, surgiu entre eles um mar conhecido como Mar de Tétis – um antecessor do Oceano Atlântico, de certa forma. Por esse mar, várias espécies de animais se espalharam pela Terra.
Isso que possibilitou que a espécie abundante na Europa chegasse também ao que hoje é a Bahia. Há outros registros que dão indícios desse processo, na Argentina, por exemplo. No Nordeste brasileiro, no entanto, a descoberta é inédita.
Candomblé
A espécie recebeu o nome científico de Nanaichthys longipinnus. É uma homenagem à orixá Nàná Burukù e ao candomblé, como uma referência à religiosidade baiana – “ichthys” significa peixe em grego. A segunda parte do nome, “longipinnus”, é uma referência a uma característica anatômica do animal, que possui a cauda mais longa que seus parentes.
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Esse animal já extinto viveu há cerca de 120 milhões de anos, quando os dinossauros dominavam a Terra e a geografia do planeta era completamente diferente. A Pangeia, continente único que existiu até 200 milhões de anos atrás, já tinha se dividido em norte e sul, e a América e a África estavam em processo de separação.Nesse tempo, onde hoje fica o sertão da Bahia, havia um lago salgado, uma faixa de mar que entrava para o continente. Foi no município de Tucano, a 270 km de Salvador, que o fóssil desse peixe foi encontrado.
O fóssil já havia sido coletado na década de 1960 e mencionado em trabalhos mais antigo, mas ninguém tinha descrito a nova espécie em uma revista científica ainda – a publicação de um trabalho como esse é necessária para que a existência de uma espécie seja aceita.
Fóssil bruto (acima); num molde de látex (centro); e desneho com detalhes anatômicos (abaixo) (Foto: Cesar Amaral)
Cesar Amaral, paleontólogo ligado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), analisou o material e logo percebeu que esse peixe era diferente de outros encontrados na região.“Quando eu o vi, reconheci características dos grupos da Europa”, contou Amaral. A principal diferença identificada em relação aos peixes mais típicos da América do Sul foi no formato de um osso chamado “pré-opérculo”, que fica na cabeça do animal. “É a primeira evidência clara de intercâmbio entre a Espanha e essa região do Brasil”, apontou.
O paleontólogo explicou que quando os continentes se dividiram, surgiu entre eles um mar conhecido como Mar de Tétis – um antecessor do Oceano Atlântico, de certa forma. Por esse mar, várias espécies de animais se espalharam pela Terra.
Isso que possibilitou que a espécie abundante na Europa chegasse também ao que hoje é a Bahia. Há outros registros que dão indícios desse processo, na Argentina, por exemplo. No Nordeste brasileiro, no entanto, a descoberta é inédita.
Candomblé
A espécie recebeu o nome científico de Nanaichthys longipinnus. É uma homenagem à orixá Nàná Burukù e ao candomblé, como uma referência à religiosidade baiana – “ichthys” significa peixe em grego. A segunda parte do nome, “longipinnus”, é uma referência a uma característica anatômica do animal, que possui a cauda mais longa que seus parentes.
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