Postado por Jeozivaldo Cesar (blog)
Por: AFP - Agence France-Presse
Publicado em: 28/02/2019
Foto: Federico Parra / AFP |
O
líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, reconhecido por cerca de 50
países como presidente interino de seu país e buscando apoio mais
concreto do Brasil, chegou nesta quinta-feira em Brasília, informou a
imprensa local, e será recebido no período da tarde pelo presidente Jair
Bolsonaro, antes de seu retorno anunciado a Caracas, onde ele poderia
enfrentar a justiça.
Bolsonaro
"receberá Guaidó em visita pessoal", que começará às 14h no Palácio do
Planalto, informou o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo
Barros.
Guaidó, vindo de Bogotá, chegou ao
Aeroporto Internacional de Brasília às 04h40, informou o portal G1. A
embaixadora encarregada por Guaidó no Brasil, María Teresa Belandria,
disse que o líder da oposição também será recebido "por numerosos
representantes das delegações diplomáticas presentes em Brasília que o
reconheceram como o legítimo presidente interino da Venezuela".
Os
países que não reconhecem o presidente Nicolás Maduro alegam que sua
releição foi fraudulenta. Diante dese cenário, Guaidó, presidente da
Assembleia Nacional, se autoproclamou em 23 de janeiro como governante
interino.
Os Estados Unidos submeterão a
votação no Conselho de Segurança da ONU nesta quinta-feira um projeto de
resolução que exige eleições presidenciais na Venezuela e entrada "sem
exigências" da ajuda humanitária com alimentos e remédios.
Contudo,
o chanceler chavista Jorge Arreaza pediu nesta quarta-feira uma reunião
entre Maduro e Trump, mas o vice-presidente americano, Mike Pence,
rechaçou essa possibilidade. "A única coisa para ser discutida com
Maduro neste momento é a hora e a data de sua saída", escreveu no
Twitter Pence, acrescentando a hashtag em espanhol #VenezuelaLibre".
Durante
a semana, Guaidó reiterou que para derrotar Maduro todas as opções
deveriam estar sobre a mesa, uma posição que deixou em claro Pence
durante a reunião do Grupo de Lima. "Creio que Guaidó esperava que se
desse um espaço para deixar implícito a Nicolás Maduro que a
possibilidade era real", acrescentou Rodríguez.
Volta a Caracas
Guaidó
tem insistido em regressar esta semana a Caracas para exercer suas
"funções", apesar da possibilidade de ser preso. Na segunda-feira, a
Colômbia denunciou "sérias e críveis ameaças" contra Guaidó e
responsabilizou o governo "usurpador" por isso.
Maduro
disse que Guaidó deverá responder diante da justiça por burlar a lei.
"Um preso não ajuda ninguém, tão pouco um presidente exilado. Estamos
numa zona inédita (...) E minha função e meu dever é estar em Caracas
apesar dos riscos, apesar de todas as implicações", disse o opositor.
Seus
simpatizantes anunciaram que se mobilizarão para recebê-lo na próxima
sexta na capital venezolana. A cidade também será palco de manifestações
de grupos leais ao chavismo.
Contudo, Guaidó não definiu a data de retorno e nem se voltará diretamente do Brasil.
Segundo
Rodríguez, Guaidó não tem como não retornar ao país para liderar a
oposição."A realidade é que muitos começam a sentir que o momento
apropriado está passando, e sabem se isso acontecer, não será fácil se
livrar de Nicolás Maduro", acrescentou Rodríguez.
Fronteiras restringidas
Apesar
de não existir um alto risco de prisão para Guaidó, o líder opositor
aposta que Maduro se abstenha desta iniciativa num momento em que o país
está sob a atenção do mundo, avaliou o analista.
A
Venezuela está mergulhada em uma severa escassez de alimentos e
remédios, que gerou o êxodo de 2,7 milhões de pessoas para países da
região desde o agravamento da crise em 2015.
Para
Maduro, esta crise é consequência do bloqueio financeiro aplicado por
Washington. Também garante que o envio da ajuda humanitária patrocinada
por Donald Trump esconde um plano de intervenção militar na Venezuela.
A
tentativa de entrega no fim de semana de alimentos e remédios através
das fronteiras com o Brasil e Colômbia, fechadas do lado venezuelano,
terminou em confrontos que deixaram quatro mortos.
A
Colômbia reabriu seu lado da fronteira nesta quarta-feira, mas com
restrições, devido aos confrontos entre venezuelanos que tentam entrar
no país e a Guarda Nacional Bolivariana de Maduro.
As autoridades migratórias indicam que 326 membros das forças armadas de Venezuela que desertaram e foram para a Colômbia.
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