fale com o Autor Click aqui http://www.textoregistrado.com.br/central.php Nave Negreiro
Alves! Belo é teu poema
Mostrasse de forma plena
Os horrores e as tormentas
Vividas naquele lugar
As noites sangrentas
Os dias de terrores
Que tardavam a passar
Mas, a de haver controversas.
Nave que liberta?
Ou Navio pra escravizar?
Não eram animais selvagens
Que ali habitavam
Eram homens de pele negra
Que por ali passeavam
Os grilhões que hoje
Insisti em nos aprisionar
Reacende a chama
De um futuro melhor
Para aqueles que um dia virá
Rotas que levam mundo a fora América, Europa.
Todo sofrimento que nos assola
Já teríamos vividos em outrora
A busca do novo é que nos conssola
Nave Negreiro não tarda a chegar
Muitos morrem sem ti encontrar
Por aquele que com o dom da sabedoria
O brio do Rei possa apagar
E por influência do curandeiro
Vão lhe sacrificar
Por aquele pensador ao crer
Em um único Deus supremo de paz e amor
Será condenado e morto
Por um Rei cruel e ditador
Por aquele jovem guerreiro
Que por ordem de um vil curandeiro
Vão lhe sacrificar
Para o Deus da Guerra, acalmar.
Nave Negreiro não tarda a chegar
Muitos morrem sem ti encontrar
Por aquelas belas meninas
Que por inveja da rainha
Aos Deus da Primavera
Vão lhes ofertar
Por aquele valente guerreiro
Que por expressar seus sentimentos e desejos
Vão lhe aprisionar por questionar
E ao pô do sol, executar.
Por aquelas mulheres magras e feias
De pobres tetas
Que Reis e Guerreiros rejeitam
Vão morrer de trabalhar
Nave Negreiro não tarda a chegar
Muitos morrem sem ti encontrar
Para aqueles pobres e desagregados negros, Nave negreiro
Para aqueles ricos e chefe guerreiros, Navio Negreiro
Por mais que padeça nessa dolorosa jornada
Sair a busco de algo é melhor que permanecer sem nada
O chicote que mim açoita
Não arde mais que minha esperança
A sede que mim mata
Jorra água na minha perseverança
Vislumbro delírios em uma nova aurora
Nave que tanto sonhos decolam
Na busca de algo que não se sabe agora.
Nave Negreiro
Nave náutica de viés econômico
Agora transportas sonhos
Desses descartáveis escravos
Instrumentos ideológicos do desenvolvimento
Justificativas de relações sociais
Para atender necessidades materiais
Nave Negreiro
Fora da ordem genealógica
Sem clãs e linhagens
Para sempre servo e escravo
De uma obscura barbárie desumana
Negros e negros lutam-se
Na descoberta de uma identidade africana
Nave Negreiro
Panteão dos Deuses
Protegeis esses pobres negros
Da vil ganancia do poder e do dinheiro
Ala central do teu porão negro
Neste transepto cruzeiro
Nave Negreiro não tarda a chegar
Muitos morrem sem ti encontrar
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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
POESIA SE FAZ ASSIM
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7 comentários:
Obrigado pelo reconhecimento.
Espetacular!
Palavras que mostra a grandeza de um homem que escrever com o coração, e passa pra cada leitor a emoção. Parabéns meu amigo.
Obrigado pelo comentário, simples e direto como a sua personalidade.
Obrigado minha amigo, são esses tipos de comentários que nos inspiram a escrever.
Itaquitinga fez brotar nas veias culturais de nosso Pernambuco mais um grande poeta!
Obrigado grande Galindo por seus comentários, o seu reconhecimento é muito importante para o meu trabalho. Fique com Deus meu amigo.
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