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Arquidiocese faz campanha para recolher donativos para atingidos por incêndio
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Arquiodiocese
de Olinda e Recife está relizando uma campanha para arrecadar donativos
para as famílias atingidas pelo incêndio que destruiu a comunidade do
Campinho. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press |
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Arquiodiocese de Olinda e Recife está relizando uma campanha para
arrecadar donativos para as famílias atingidas pelo incêndio que
destruiu a comunidade do Campinho, no bairro do Coque, no Recife.
Roupa, comida, água, leite, material de
higiene pessoal, roupas de
cama e banho, brinquedos, medicamentos, tudo pode ser entregue na sede
da Cúria Metropolitana, localizada na Avenida Rui Barbosa, 409, nas
Graças; na Matriz da Boa Vista, que fica na Praça Maciel Pinheiro, Boa
Vista; na sede do Movimento Pró-Criança, que fica na Rua dos Coelhos,
317, também no bairro da Boa Vista ou ainda em qualquer paróquia da
igreja católica.
Ontem, os ex-moradores receberam o apoio do
arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. Ao visitar a
comunidade do Campinho, o líder religioso criticou o valor do
auxílio-moradia pago pelo governo municipal. “Essse valor é
inconcebível”, disse. Depois de ouvir os moradores, pela manhã, dom
Fernando afirmou que procuraria a prefeitura para discutir a
possibilidade de levar as famílias atingidas pelo incêncido para os
conjuntos já prontos.
Segundo dom Fernando Saburido, antes mesmo
do incêndio, que exigiu a ação de 23 viaturas e mais de 60 homens do
Corpo de Bombeiros, os moradores do Campinho já viviam em condições
desumanas. A maioria dos imóveis da comunidade era de
madeira,
papelão e plástico. Muitos barracos não tinham sequer sanitário. Água
encanada era artigo de luxo para quase todas as famílias atingidas pelo
fogo. E poucos barracos tinham o fornecimento de energia elétrica
regularizado.
Na tarde de ontem, a Prefeitura do Recife anunciou
o auxílio emergencial de R$ 1.500 a ser pago em três parcelas, para
cada uma das cerca de cem famílias cadastradas, além do aumento do
auxílio-moradia, cujo valor passará de R$ 151 para R$ 200.
Embora
o reajuste do auxílio-moradia tenha sido o primeiro após 12 anos da
criação do benefício municipal, os R$ 200 equivalem a 29,5% do atual
salário mínimo. Quando criado, em 2001, o auxílio-moradia representava
83,9% do salário minímo da época, que era de R$ 180. O atual é de R$
678. “O valor ainda é pequeno, mas é resultado de uma negociação que
vínnhamos fazendo com o movimento social nos últimos sete meses”,
justificou o prefeito Geraldo Júlio (PSB). O auxílio-moradia, segundo o
gestor municipal, beneficia mais de quatro mil famílias de diversos
bairros da cidade.
O auxílio emergencial, por sua vez, será
dividido em três parcelas. Com a ajuda, acrescentou o prefeito,
pretende-se dar condições para as famílias atingidas pelo incêndio
comprarem material de primeira necessidade, como fogão, geladeira e
panelas. A primeira parcela será repassada no final deste mês, junto
com o valor do auxílio-moradia já reajustado. As outras, equivalentes a
R$ 1.000, devem ser pagas nos meses de setembro e outubro deste ano.
A
correção no auxílio-moradia era considerada necessária pelos moradores
da comunidade do Campinho. Mas para os desabrigados ouvidos pelo
Diario, os R$ 200 não são suficientes para melhorar suas condições de
moradia. O cadastro feito pela prefeitura chegou a registrar ontem 178
atingidas pelo incêndio. Ao fim do dia, explicou a secretária municipal
de Direitos Humanos, Ana Rita Suassuna. o número caiu para 111. Segundo
ela, a queda aconteceu após cruzamento dos dados.