Autora paulista vem ao Recife para o evento e vai ministrar a palestra de abertura
Walnice Nogueira vem à Bienal falar sobre Lima Barreto e direitos humanos
Foto: Bel Pedrosa/ Divulgação
JC Online
Euclides da Cunha, Walter Benjamin e o Carnaval do Rio de Janeiro poderiam não ter nada em comum se não fosse por Walnice Nogueira. A ensaísta e professora emérita de teoria literária e literatura comparada da USP, é autora de Euclidiana, Prezado Senhor, Prezada Senhora e Ao Som do Samba: Uma Leitura do Carnaval Carioca, entre outros livros.
Mas é sobre Lima Barreto, outro grande autor nacional, que Walnice vai se debruçar na palestra de abertura da 11° Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, nesta sexta-feira, às 19h, no Centro de Convenções de Pernambuco. A palestra segue a mesa de abertura do evento, que conta com a presença do ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, que vem trazer uma ótima notícia para os pernambucanos: a liberação da verba de R$ 3 milhões para a reforma do Teatro do Parque.
Lima Barreto e direitos humanos
A palestra que Walnice vem ministrar se intitula Lima Barreto: a República e os Direitos Humanos, trazendo para o cerne da questão o lado militante do autor carioca que é um dos homenageados desta edição da Bienal, cujo tema é Literatura, Democracia e Liberdade. "Lima Barreto foi um paladino dos direitos humanos, da defesa da República e da Constituição", explica a escritora. "Em sua obra, ele atacou com muita veemência o racismo, se posicionou contra a desigualdade e defendeu os pobres."
A autora, que é também conhecida por sua meticulosa pesquisa em torno da vida e da obra de Guimarães Rosa, se viu principalmente bastante envolvida com Lima Barreto nos últimos tempos. Ela organizou, junto a outros autores, o livro A crônica Militante (Expressão Popular), que reúne diversos textos do autor de Clara dos Anjos.
"Ele foi, sem dúvidas, muito a frente de seu tempo, defendia posições muito liberais para sua época", relembra Walnice, ressaltando and ao fato de Lima Barreto ter se candidatado duas vezes para a Academia Brasileira de Letras, ABL, apesar de nunca ter sido eleito. "Inclusive naquela época o presidente da ABL era Machado de Assis."
Apesar de ter se especializado em literatura brasileira, Walnice Nogueira já foi uma leitora assídua de autores internacionais. “É curioso, mas eu demorei para chegar na literatura nacional, e cheguei através d’ O Guarani. Mas sempre li muito! Na minha casa havia liberdade irrestrita em relação à leitura, então desde criança eu gostava d’ A Odisseia, de Homero, dos livros de Alexandre Dumas, Jules Verne, e muitos outros. Não tinha isso de livro para criança e outros para os adultos”, explica.
Atualmente, Walnice continua acompanhando os lançamentos do cenário nacional e diz apreciar a obra de Silviano Santiago, principalmente seu último lançamento, Machado - que se encontra, inclusive, entre os finalistas do Jabuti deste ano.
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