domingo, 26 de junho de 2016

ENERGIA Brasileiro dá adeus à lâmpada incandescente


Acaba neste mês o prazo para retirada do mercado das lâmpadas que reinaram por mais de 100 anos
Postado por Jeozivaldo cesar



Companheira dos brasileiros há mais de 100 anos, as lâmpadas incandescentes se despedem definitivamente do mercado nacional no fim deste mês. Inventada pelo físico e químico britânico Joseph Swan e aperfeiçoada por inventor e empresário norte-americano Thomas Edison, em 1897, as incandescentes já ficaram na memória de países da União Europeia, quando, em 2012, saíram de cena. No Brasil, desde o mesmo ano, elas têm sido retiradas do mercado progressivamente e, no próximo dia 30, as unidades com potência inferior a 40 watts (W)– únicas que continuam a ser comercializadas desde então – darão adeus aos lares brasileiros. Além de gastarem mais energia e iluminarem menos, as lâmpadas incandescentes prejudicam o meio ambiente.

A aposentadoria das incandescentes no país atende ao cronograma estabelecido em dezembro de 2010 pela Portaria Interministerial 1.007. E, apesar de muita gente lamentar o adeus da luz amarelada e acolhedora, segundo comenta Eduardo Nery, diretor da Energy Choice – empresa de consultoria na área de energia –, a retirada desse ícone dos lares brasileiros é um processo de evolução, tanto para questões de consumo de energia quanto para a redução do impacto ambiental.

Ele lembra que, quando foi criada, há mais de 100 anos, a lâmpada teve um papel importantíssimo na iluminação dos lugares em todo o mundo. “Posteriormente a ela, no século 20, foram criadas aquelas com sistema mais evoluído. Mas apesar de serem de grande potência, não se aplicavam a ambientes residenciais”, explica, acrescentando que, por esse motivo, e também porque as incandescentes continuavam a ter um custo mais baixo, elas foram resistindo ao mercado, inclusive nas periferias e vias públicas. “Mas elas têm a vida curta e se queimam com muita frequência porque produzem muito calor”, esclarece Nery.

Com a chegada do Led, em 1990, a aposentadoria das incandescentes se tornou inevitável. Isso porque a novidade, criada pelos cientistas Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura, permitiu mudar a forma como iluminamos o mundo, com menor consumo de energia e mais durabilidade. “Com a Led, consegue-se a mesma luminosidade de uma incandescente usando-se 10% da potência dela. É uma relação de eficácia gigantesca”, diz Nery.

Com isso, muitos países passaram a adotá-la e deixar as incandescentes como uma lembrança do passado. No Brasil, a troca por modelos mais econômicos começou de forma gradativa, levando-se em conta a potência das unidades. As primeiras mudanças foram em 30 de junho de 2012, com a saída do mercado das lâmpadas incandescentes de potencial igual ou superior a 150W. O segundo processo de substituição veio um ano depois, com a exclusão daquelas com potência acima de 60W até 100W. Em dezembro de 2014 foi deram adeus as de 40W até 60W. E, neste 30 de junho, despedem-se as unidades com potência inferior a 40W.

Opções

O consumidor tem agora basicamente três opções de lâmpadas domésticas. A halógena com bulbo, a fluorescente compacta e a de Led. Todas mais caras do que a incandescente. Mas como gastam menos energia e duram mais, técnicos dizem que o saldo final é positivo. Numa residência com aproximadamente 10 lâmpadas incandescentes, por exemplo, a troca de 60W por dez lâmpadas com tecnologia Led representa uma economia anual de R$ 200.

De acordo com informações do Ministério de Minas e Energia, o Led já é adotado amplamente em países como China, Índia, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Cuba, Austrália, Argentina, Venezuela e União Europeia. Segundo dados da ONU, a substituição das lâmpadas incandescentes no mercado é capaz de economizar anualmente cerca de 5% de toda a energia elétrica utilizada no mundo.

Uma lâmpada fluorescente compacta, comparada a uma lâmpada incandescente de luminosidade equivalente, economiza 75%. E se a opção for por uma lâmpada de Led, essa economia sobe para 85%. “As incandescentes vão virar item de colecionador”, diz o presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales. E afirma que elas foram superadas por uma tecnologia mais eficiente e econômica.

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