Áudios do cantor sobre cobranças ilegais na Empetur vazaram esta semana.
Ele afirma que intermediários se aproveitam para explorar artistas.
Após ter um áudio vazado denunciando um suposto esquema de propina na Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), o cantor André Rio se pronunciou pela primeira vez depois do ocorrido na manhã deste sábado (25). Ao ler uma carta aberta, ele reafirma o “pagamento indevido de comissão”, mas sem entrar em detalhes de como funcionaria. O artista também não cita nomes. Na tarde da sexta-feira (24), a Secretaria de Turismo de Pernambuco solicitou que a Polícia Civil investigue a veracidade da gravação.
Sem mencionar nomes, ele explica que a gravação teve por objetivo apenas alertar sobre uma prática comum no estado. "Gostaria de esclarecer que o meu depoimento indignado foi contra a política de financiamento cultural do Estado que, em alguns casos, acaba propiciando que intermediários se aproveitem para explorar os artistas, condicionando a nossa participação nas grades de programação das festas dos municípios do interior, a partir de pagamento indevido de comissão”, pontua sem acusar ninguém.
Na carta, André ressalta que o áudio foi enviado para um grupo fechado no WhatsApp e sem posicionamento político. "Tratou-se de uma mensagem privada. O áudio vazou sem a minha autorização, ganhando interpretações, exposições e proporções desmensuradas”, completa ao dizer que cabe às autoridades constituídas investigarem o caso.
Neste sábado, o cantor leu a carta ao lado de amigos e artistas como o Maestro Spok, Luciano Magno, Ravel, Salatiel de Camarão e Carla Rio, que fizeram questão de apoiá-lo. Cezzinha também estava ao lado de André Rio no momento da leitura. O sanfoneiro foi um dos músicos que também gravou áudio denunciando o suposto esquema. No fim da carta, André destaca que se expressou em defesa da cultura do estado e agradeceu o apoio recebido. “A nossa união é por uma cultura pernambucana mais forte”, salientou.
Neste sábado, o cantor leu a carta ao lado de amigos e artistas como o Maestro Spok, Luciano Magno, Ravel, Salatiel de Camarão e Carla Rio, que fizeram questão de apoiá-lo. Cezzinha também estava ao lado de André Rio no momento da leitura. O sanfoneiro foi um dos músicos que também gravou áudio denunciando o suposto esquema. No fim da carta, André destaca que se expressou em defesa da cultura do estado e agradeceu o apoio recebido. “A nossa união é por uma cultura pernambucana mais forte”, salientou.
Áudios vazados
O áudio de André Rio vazou na última quarta-feira (22) após ser divulgado em um grupo de artistas pernambucanos e logo começou a circular, tornando-se público. Na gravação, ele chega a dar detalhes de como funcionaria o acordo.
O áudio de André Rio vazou na última quarta-feira (22) após ser divulgado em um grupo de artistas pernambucanos e logo começou a circular, tornando-se público. Na gravação, ele chega a dar detalhes de como funcionaria o acordo.
"Hoje me ofereceram quatro shows na Empetur. Quatro e mais dois na Fundarpe. Acontece que eu tinha que deixar metade do meu cachê de comissão. Tá vendo como são as coisas aqui nesse Estado, como está o Estado? Agora, tem muito artista aqui que aceita. (...) Depois ficam reclamando que a gente é tratado dessa forma. Se todo mundo não tiver uma postura de hombridade, de não aceitar, de denunciar. Eu não pago nenhum tipo de bola".
Ainda na mesma fala ele afirma que chegam a cobrar metade do cachê para que os contratos sejam fechados. "Eles têm a obrigação constitucional de promover a nossa cultura. É um absurdo eles chegarem de última hora, oferecerem uma cidade longe... Pega o cachê e diz que, no meu caso, o cachê é X e eu tenho que deixar metade do X de 'bola' para as pessoas que dirigem esses órgãos, essa ‘esculhambação’. Temos que nos juntar e ir ao Ministério Público botar para arrombar nesse povo todo", acrescenta.
Já Cezzinha, corrobora em outro áudio as palavras da primeira gravação. "Vi aqui que André tomou uma atitude que já venho falando há muito tempo, que deveríamos tomar. Algumas pessoas devem estar perguntando por que eu não estou fazendo muitos shows... Por conta dessa sacanagem. Eu acho que a gente tem que se posicionar, tem que acabar essa roubalheira toda e tem que se unir. É nessa hora que acho que a gente tem que fazer a diferença. Vamos fazer a diferença se unindo e agindo com atitude".
Empetur
Após o vazamento dos áudios, a Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur) resolveu elaborar um ofício formalizando o pedido de abertura de inquérito policial para para apurar a veracidade das informações contidas nos áudios, que falam em cobrança e exigência de vantagens por agentes da Empetur para a formalização de contratos para shows. O documento foi assinado pelo secretário de Turismo Felipe Carreras.
Após o vazamento dos áudios, a Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur) resolveu elaborar um ofício formalizando o pedido de abertura de inquérito policial para para apurar a veracidade das informações contidas nos áudios, que falam em cobrança e exigência de vantagens por agentes da Empetur para a formalização de contratos para shows. O documento foi assinado pelo secretário de Turismo Felipe Carreras.
"As considerações contidas nas gravações possuem vigor suficiente para instruir a abertura de procedimento investigatório, no sentido de elucidar a verdade dos fatos e estabelecer responsabilidades, inclusive na hipótese de não espelharem a realidade", diz o texto direcionado ao chefe da Polícia Civil, Antônio Barros.
O secretário Felipe Carreras afirmou que cabe ao denunciante provar as acusações. "Foi feita uma denúncia e ninguém diz quem é o culpado para que possamos punir algum eventual ato ilícito. Agora, quem acusou tem que provar o que está dizendo. Quem fez a denúncia tem que apontar o culpado ou responder pelo que disse", ponderou Carreras. Segundo ele, os artistas poderão ser acionados por danos morais, caso sejam os reais autores da denúncia e não consigam provar o que dizem.
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