Somente neste mês já foram registrados três episódios de taxistas que decidem enfrentar motoristas do Uber
Durante o desentendimento, o taxista Maurício Pedro do Nascimento, 46 anos, foi levado por um carro do Uber. Foto: Júlio Jacobina/DP |
Recife registrou um novo conflito envolvendo motoristas de táxi e do Uber, sistema de transporte privado de passageiros, na madrugada desta quinta-feira. Desta vez, o incidente aconteceu na Avenida Alfredo Lisboa, no Cais do Apolo, no Recife Antigo. Após estacionar perto de um ponto de táxi para pegar passageiros, o condutor do Uber foi impedido por taxistas de seguir com o carro. O caso aconteceu ao final de um show, enquanto taxistas esperavam a saída do público.
Durante o desentendimento, o taxista Maurício Pedro do Nascimento, 46 anos, teria sido levado por cerca de 200 metros pelo carro do Uber, em cima do carro. Com alguns hematomas, ferimentos e a roupa rasgada, ele prestou queixa na Central de Plantões da Polícia Civil.
Acompanhado de dezenas de taxistas, além da associação e sindicato da categoria, Maurício denunciou que os profissionais têm recebido provocações dos motoristas do Uber. "De repente ele chegou, os passageiros entraram e a gente colocou os carros na frente para ele não passar. Só que começou a engarrafar e aí a gente liberou um pedaço. Ele aproveitou para fugir", contou Maurício, que tem seis anos de profissão.
Os taxistas disseram conhecer o carro do Uber porque o veículo tem um aparelho no para-brisa que facilita sua identificação. Durante o tumulto, os passageiros do Uber, um Citroen C4 de cor prata, desistiram de embarcar. Além de prestar queixa, Maurício passou por um exame traumatológico. "Eles estão no exercício ilegal da profissão, pois taxista é uma profissão. O pior é que em três meses de funcionamento do Uber, apenas três carros foram apreendidos com essa acusação", denunciou Bertilo Citon, da Frentaxi.
Uber ainda não é regulamentado no Recife
O aplicativo chegou ao Recife no último dia 3 de março. Com preços que chegam a ser até 30% mais baratos que as corridas do táxi comum, o serviço vem causando polêmica. No último dia 21 de março, duas usuárias do aplicativo pediram um carro em Casa Forte e, menos de 100 metros após iniciada a viagem, um táxi encurralou o veículo e obrigou o motorista a fazer outro percurso. Em seguida, outros dois carros se aproximaram, impedindo a saída por todos os lados. Há cerca de dez dias, outros três passageiros do Uber também foram cercados por taxistas no bairro de São José. O Diario tentou falar com a assessoria de imprensa do Uber, mas não obteve retorno.
A Lei Federal 12.587/2012, que trata das atividades de transporte remunerado de passageiros, seja ele coletivo, escolar ou individual, determina em seu artigo 2º que “é atividade exclusiva dos profissionais taxistas a utilização de veículo automotor, próprio ou de terceiros, para o transporte público individual remunerado de passageiros, cuja capacidade será de, no máximo, sete passageiros.
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