José Itamar dos Santos afirmou que tinha um caso com Karina há sete anos.
Em meio a discussão sobre relacionamento, sargento deu três tiros na vítima.
Após 40 dias de investigação, a Polícia Civil concluiu que o bombeiro militar José Itamar dos Santos, 48 anos, assassinou a doméstica Karina Francisca Santos Silva, de 26 anos, encontrada morta na última sexta-feira (4). Segundo a polícia, o bombeiro era patrão da vítima, confessou o crime e alegou que mantinha um envolvimento amoroso com a vítima há sete anos. Karina trabalhava na casa do suspeito há quase nove anos. O caso foi tratado, inicialmente, como desaparecimento.
Em depoimento, Itamar alegou que a doméstica estava, há algum tempo, exigindo que ele abandonasse a família para ficar com ela. No dia do crime, ela teria pedido uma carona até o trabalho - algo que ocorria com frequência, segundo o acusado. Eles iriam comprar carne antes, mas resolveram mudar de ideia para conversar sobre o relacionamento. Às 8h40, Karina acompanhou, no banco traseiro do carro, o homem até o bairro de Chão de Estrelas, na Zona Norte do Recife.
No local, a conversa teria tomado outras proporções e os ânimos teria ficado exaltados. Ele sacou sua arma e efetuou três disparos contra a região do peito da vítima, porém só dois deles a atingiram. Ele a matou às 9h. Em seguida, o bombeiro militar circulou com o corpo de Karina por três horas até a enterrar às margens da BR-232, entre os municípios de Jaboatão dos Guararapes e Moreno, no Grande Recife."A discussão também seria porque ele teria notado uma certa indiferença dela quanto ao relacionamento que eles tinham. Esses fatos teriam gerado uma discussão e no calor da discussão ele teria sacado a arma e atirado contra ela", informou o delgado Mauro Cabral, do DHPP, responsável pelo caso. O policial não divulgou imagens do acusado, alegando estar cumprindo "normas internas" da corporação.
Durante esse intervalo de tempo, ele comprou uma pá em um armazém de construção no bairro do Arruda, Zona Norte da capital pernambucana. "Ainda não informações se ele teria contado com a ajuda de alguém. Quanto à premeditação, ele diz que não premeditou e que teria surgido essa discussão", acrescentou o delegado, ao dizer que foram ouvidas 20 pessoas até se chegar no suspeito.
Após o crime, ele viajou para Vitória de Santo Antão, onde ficou hospedado por um dia. O que, segundo Mauro Cabral, fugia da rotina do suspeito. O bombeiro militar chegou a ser convidado a cooperar com a investigação, mas alegou que estava de serviço no dia. Desconfiada, a polícia descobriu que, na verdade, ele estava de folga na ocasião.
Por aparecer nas filmagens das câmeras da rua onde Karina fazia o percurso de casa até o trabalho, polícia chegou até o suspeito pelo carro. Foi preciso três depoimentos até o homem confessar o crime. O local do corpo foi indicado pelo suspeito. Devido ao alto estado de decomposição, a identificação da vítima teve que ser feita atrás de análise de DNA.
"O cadáver foi encontrado na sexta-feira (4) em avançado estado de putrefação. As outras perícias estão relacionadas à arma, com a balística, a perícia no veículo, a perícia também de DNA em algumas roupas encontradas no porta-malas do carro, além de perícias de informática no celular do suspeito", explicou a gerente geral de Polícia Científica, Sandra Santos.
O carro e um celular foram apreendidos com o suspeito. Sobre a arma do crime, a polícia preferiu não repassar mais detalhes até a conclusão do inquérito. O delegado Mauro Cabral tem até 30 dias para analisar o restante das provas e solicitar o pedido de prisão preventiva. O homem responderá por ocultação de cadáver e poderá responder por homicídio ao fim das investigações. O bombeiro militar está preso no Centro de Reeducação (Creed)
.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário