Segundo projeções do mercado, o litro do combustível chegará perto dos R$ 4 até o fim do mês
Mariama Correia, da Folha de Pernambuco
Como grande parte dos estabelecimentos ainda não repassou o aumento da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o produto, de 27% para 29%, em vigor desde 1° de janeiro, os consumidores devem preparar os bolsos para pagar um valor próximo aos R$ 4 pelo litro do combustível.
Bruno Campos/Folha de Pernambuco
Em apenas um dos estabelecimentos, a gasolina estava sendo comercializada por R$ 3,89 o litro, pois o peso do aumento da alíquota já havia sido repassado ao preço final. “O reajuste foi realizado na semana passada porque estamos comprando mais caro do distribuidor”, informou o chefe de pista do posto BR da Imbiribeira, Elho Pereira. O preço saltou de R$ 3,77 para os atuais R$ 3,89, ou seja, um reajuste superior a R$ 0,10.
Bruno Campos/Folha de Pernambuco
Como o mercado é livre, a decisão de ajustar ou não o preço das tabelas é do empresariado, explicou o presidente do Sindicato dos Combustíveis de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), Alfredo Pinheiro Ramos. Ele explica que os comerciantes já estão pagando mais caro pelo produto, pois o aumento da alíquota do ICMS significou uma elevação entre R$ 0,09 a R$ 0,14 por litro na compra junto às distribuidoras.
Até o fim do mês, o mercado local deve estabelecer novos preços para a gasolina como prática, na avaliação do empresário da EcoDistribuidora, Rafael Coelho. “Os valores ainda estão sendo reajustados pela cadeia e devem se estabelecer um pouco abaixo dos R$ 4”, calculou.
O presidente do Sindicombustíveis-PE concordou com a média estipulada pelo empresário. “Se considerássemos o aumento do IPTU, da folha de pagamento e dos outros custos adicionais que os comerciantes precisam arcar no começo do ano, o reajuste poderia até mesmo superar esse patamar de R$ 4”, avaliou.
É importante pesquisar preço
Embora os reajustes dos preços praticados nos postos de Pernambuco sejam reflexos das elevações tributárias do Estado este ano, os consumidores podem encontrar muitas diferenças entre as tabelas adotadas pelos estabelecimentos. Durante visita aos postos da RMR, a reportagem encontrou uma variação da gasolina superior a R$ 0,20 no mesmo bairro. Na média, os preços chegavam a variar de R$ 3,59 a R$ 3,79 o litro. Para não gastar mais, o consumidor deve pesquisar.
Morador do bairro da Imbiribeira, Sérgio Ricardo Taques percebeu uma diferença expressiva entre os postos da localidade. “Na mesma rua tem posto cobrando R$ 3,59 pelo litro de gasolina e outro mais de R$ 3,80. Para quem roda muito, no fim das contas, R$ 0,30 é uma variação grande”, comentou.
A alta do combustível fóssil pode favorecer a escolha pelo etanol, uma opção para condutores de carros flex. A alternativa, entretanto, não exclui a importância da pesquisa de preços, pois o custo do produto também pode variar bastante de posto para posto. Além do preço, o produto também é vantajoso por ser considerado um combustível mais limpo, em virtude da baixa emissão de poluentes. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o derivado da cana-de-açúcar reduz em quase 90% a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.
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