(Foto: Arquivo/Folha)
Atualizado às 16h08
O ex-vereador do Recife Liberato Costa Júnior morreu aos 97 anos nesta quarta-feira (13), na residência dele. Eleito por dez mandatos até as eleições de 2012, Liberato Costa Júnior nasceu em 11 de abril de 1918. Exerceu atividade parlamentar na Casa José Mariano durante dez mandatos. Ele também foi eleito para deputado estadual durante uma legislatura, além de ter ocupado interinamente a Prefeitura do Recife. Na última eleição municipal, Liberato não disputou a reeleição.
O velório do decano ocorre ainda nesta quarta na Câmara dos Vereadores do Recife, às 18h.
Histórico
Liberato Costa Júnior nasceu no bairro da Boa Vista, no Recife, em 11 de abril de 1918. Foi vereador do Recife por 10 mandatos. Na Câmara municipal, foi presidente da Câmara, presidiu todas as comissões técnicas da Casa, foi líder de governo e da oposição. Atualmente, prestava consultoria à instituição parlamentar.
Filho do agricultor Liberato Pereira Costa e da empregada doméstica Maria Josefa Castelo Banco, casou com Jandira Botelho Pereira da Costa. Não teve filhos biológicos, mas adotou duas filhas, que lhes deram netos e bisnetos.
Sua história política começou quanto ele tinha apenas 15 anos de idade, quando estudava no Ginásio Pernambucano. Para Liberato, a participação política era tão importante que ele deixava de assistir às aulas, para comparecer aos debates travados por políticos na Assembleia Legislativa.
Em meio a jornalistas, no Café Lafayette, começou a levar mais à sério a ideia de se tornar político. O estabelecimento era o reduto intelectual dos anos 40.
A primeira eleição disputada por ele foi em 1951 para o cargo de vereador. Liberato. Nela, ele saiu derrotado. A aprovação popular só chegaria em 1955.
O político se tornou um dos criadores da União Democrática Nacional (UDN) e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o PMDB. É também um dos introdutores do livro didático na capital, um dos idealizadores da Coordenadoria de Defesa Civil do Recife (Codecir), da Rádio Frei Caneca e do Departamento de Mecanização (Emprel).
Além de vereador, ele chegou a ser prefeito do Recife durante nove meses. Ele assumiu a função no Executivo em 1963, época em que Miguel Arraes deixou o cargo para se tornar governador e o vice dele, Arthur Cavalcanti, abandonou a função para ser deputado federal. Liberato era o próximo da linha de sucessão e assumiu a função no mesmo ano. Costa Júnior ainda foi deputado estadual.
Nos Anos de Chumbos do País, com o AI-5, foi cassado, preso, mas não chegou a ser torturado. Passou 10 anos no ostracismo. Em 1982, foi eleito novamente vereador do Recife.