Roberta Patu/LeiaJáImagens
Sediar a Copa de 2014 com o propósito de garantir o progresso nas principais cidades do Brasil. Essa era uma das expectativas dos pernambucanos e a promessa dos governantes. Porém, o resultado está sendo bem divergente e a realidade afeta, negativamente, aproximadamente 200 famílias que foram desapropriadas para a construção de obras para mobilidade do evento esportivo. Com é o caso do loteamento São Francisco, no município de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife (RMR), que foi desapropriado e moradores afirmam que o terreno será utilizado pela empresa Metropolitana.
O local, que hoje está completamente cercado de muros altos, mato e insegurança, já reuniu centenas de famílias e comerciantes. Segundo os moradores, até uma rua que dividia o terreno não existe mais, resultando em muita insegurança e problemas. De acordo com os residentes da região, o progresso tão almejado não chegou.
A idosa Ana Celina da Silva, de 75 anos, mora próximo ao terreno que foi desapropriado e relata que foi muito difícil a retirada das famílias. “Muitos moravam no bairro há anos e lutaram para adquirir o terreno e construir suas casas. Para piorar a situação, muitas famílias ainda não receberam a indenização e estão morando de aluguel sem ter uma renda boa para sustentar a família”, lamentou Ana. Ainda segundo Ana, existe rumores que o terreno será cedido a empresa Metropolitana.
Morando ao lado loteamento há 32 anos, Nyeres Maria da Silva diz que muitas famílias estão passando por necessidade. “As pessoas, que tinham um comércio e sustentavam a família, perderam a renda e ainda precisam pagar aluguel. Como um senhor que precisou alugar uma loja para reabrir sua oficina e para isso está pagando R$ 1.500, além do aluguel da residência que é R$ 500. Como uma pessoa vai sobreviver desse jeito?”, indagou Maria.
Outros problemas além da falta de indenização assombram os antigos moradores. Como as mortes e as doenças que surgiram durante o processo judicial de desapropriação. Quem está sentindo na pele é Maria Lúcia Ribeiro, de 57 anos. Com olhar distante e semblante triste, a moradora cuida do marido Josué Melquiades da Silva, que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e atualmente está em cima da cama, com uma parte do corpo totalmente paralisada e dependente.
Em entrevista ao Portal LeiaJá, Maria Lúcia revela suas dificuldades. Confira a seguir:
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria das Cidades, o terreno que foi desapropriado será utilizado como extensão do Terminal Integrado de Camaragibe. Sendo inverídica a informação que o local será cedido à empresa Metropolitana para uso particular não procede. Quanto ás famílias que ainda não receberam a indenização, a Secretaria informa que houve atraso devido aos tramites jurídicos.
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