quinta-feira, 23 de abril de 2015

Pernambuco começa a produzir gasolina em Suape nesta segunda

 POR  EM NOTÍCIAS

Empresa recebeu carregamento de matéria-prima esta semana. Foto: Divulgação/Decal.
Empresa recebeu carregamento de matéria-prima esta semana. Foto: Divulgação/Suape.
Em busca da autossuficiência na produção de gasolina em Pernambuco, a empresa italiana Decal, prestadora de serviços da Petrobras, inicia a produção do combustível na próxima segunda-feira (27), no Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca, Grande Recife. A Decal recebe a matéria-prima – no caso o nafta – da estatal, que importa o produto, faz a mistura dos produtos e a gasolina retorna a Petrobras. No bojo dos escândalos da Operação Lava Jato e com o rombo de quase R$ 21,6 bilhões em 2014, segundo balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira (23), a Petrobras tem  a intenção de buscar a independência do mercado externo, deixando de comprar gasolina importada, e otimizar a logística do fornecimento para o mercado. No primeiro momento, a Decal vai produzir 20 mil metros cúbicos do combustível por mês, com previsão de chegar até 100 mil metros cúbicos. A produção deve abastecer o mercado local e pode ser destinada aos demais consumidores do Norte e Nordeste. O gerente geral da Decal, Jorge Lemos, explicou que, após a formulação, a gasolina sairá dos tanques para o mercado consumidor via dutovia, passando por outros terminais de armazenamento de líquidos do Porto de Suape. Quanto ao investimento da Petrobras na empresa, Jorge Lemos explica que a busca pela autossuficiência é uma resposta à crise financeira que a estatal enfrenta. “Isso mostra que petrolífera não está parada. Ela está se mexendo e buscando soluções. A nossa produção não vai atender todo o déficit do produto no país, mas é um avanço. Outras empresas também devem se interessar. É uma independência do mercado externo”, comentou o representante da empresa italiana. A Decal é o único terminal de combustíveis do País autorizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP) a realizar a fabricação de gasolina, e, no Brasil, o grupo só possui unidade em Suape. A empresa é responsável pela mistura, o “blending”, que dá origem à gasolina do tipo A, sem a presença de álcool. O primeiro lote do combustível deve sair para o mercado pernambucano no início de maio, após certificação expedida por laboratório e de acordo os padrões estabelecidos pela ANP. A agência emitiu autorização em dezembro do ano passado, permitindo que a empresa produza até 3,3 mil metros cúbicos de gasolina tipo A (sem álcool anidro) por dia, a partir do processo conhecido como formulação, que consiste na mistura de hidrocarbonetos (composto orgânico) para produzir derivados de petróleo. Todo o processo acontece em tanques específicos, instalados no terminal da Decal, em Suape. Nos últimos dias, a Decal recebeu as primeiras cargas de nafta, matéria-prima utilizada na formulação da gasolina. A produção de gasolina em Suape é um marco nas atividades portuárias que envolvem os granéis líquidos (álcoois, gases, petróleo e seus derivados) no Porto. “Desde 1985, quando o parque de tancagem do Porto do Recife foi transferido para cá, os combustíveis que abastecem o mercado local chegam por Suape. 69% da nossa movimentação de cargas no primeiro bimestre deste ano correspondeu aos granéis líquidos. Isso representa mais de 2,19 milhões de toneladas e um crescimento de 43% em relação aos dois primeiros meses de 2014”, explicou Paulo Coimbra, diretor de Gestão Portuária de Suape. A unidade da Decal em Suape tem capacidade para armazenar 156 mil metros cúbicos de combustíveis nos 12 tanques que possui. Além da gasolina, a ANP também autorizou a produção de diesel nos mesmos moldes e limites. O terminal iniciou suas operações em 2005. Em operação desde 2005, a empresa emprega 41 funcionários. Segundo Lemos, R$ 85 milhões foram investidos nesta primeira fase. A empresa pretende ampliar a operação para 400 mil metros cúbicos. O investimento, que depende de aprovação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) será de R$ 250 milhões.

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