Por Marcela Balbino, repórter do Blog de Jamildo
Não era preciso rebeliões para mostrar
que o sistema prisional de Pernambuco é um dos maiores problemas a serem
enfrentados pelo governador Paulo Câmara (PSB). Na tentativa de
ultrapassar pelo menos um dos obstáculos e destravar as obras do Centro
Integrado de Ressocialização (CIR) de Itaquitinga, na Mata Norte, o
vice-governador Raul Henry (PMDB) buscou esta semana novo financiamento
com o Banco do Nordeste (BNB) para dar continuidade ao projeto.
O banco ainda não deu sinalizações
quanto à liberação de mais recursos. No entanto, o BNB está cobrando
judicialmente – desde 2013 – a empresa SPE Reintegra, responsável pelas
obras no CIR, por um empréstimo de R$ 250 milhões referente à construção
do presídio. Por questões de sigilo bancário, o banco confirmou a
cobrança judicial, mas acrescentou que não poderia fornecer detalhes da
operação de crédito.
As obras de Itaquitinga deveriam ter
começado em outubro de 2009, com prazo de três anos para a conclusão. No
entanto, os trabalhos só iniciaram em junho de 2010. O final do projeto
estava previsto para outubro de 2012, mas foi adiado para 2013. A
unidade fica no meio do canavial, na Zona Rural de Itaquitinga.
Além dos pavilhões, o local também
contará com alojamentos para a Polícia Militar e agentes penitenciários.
Todas as obras seguem um esquema de segurança rigoroso, inspirado em
presídios americanos e europeus. De acordo com o governo do estado, a
obra custa R$ 350 milhões, onde 30% são do governo e 70% são da empresa
privada que venceu a licitação.
No fim de 2014, o deputado federal
Fernando Ferro (PT) entrou com pedido de informação, junto ao BNB, para
saber detalhes do financiamento. Segundo o parlamentar, está sendo
questionado na Justiça o descumprimento do governo do Estado no acordo
feito para construção da PPP. “Se fala de suspeitas de má gestão”,
comentou o deputado.
De acordo com o deputado, ele chegou a
recorrer ao Ministério da Justiça, na intenção do órgão federal assumir a
obra, mas a resposta foi negativa. “Eles disseram que não havia
interesse e que o projeto era muito complicado”, comentou.
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