Leelah Alcorn andou seis quilômetros de sua casa, se jogou na frente de um caminhão e morreu atropelado
Bem cedinho na manhã de domingo (4), Leelah Alcorn andou seis quilômetros de sua casa, em Ohio, até a estrada interestadual 71, onde se jogou na frente de um caminhão e morreu atropelada. O que de início pareceu um trágico acidente se revelou suicídio quando uma carta da adolescente transexual foi encontrada em sua conta no Tumblr.
Aos 17 anos, Leelah dizia: "Por favor, não fique triste, vai ser melhor. A vida que eu teria vivido não vale a pena viver... Porque eu sou transexual." Ela, que nasceu Joshua Alcorn em uma família cristã conservadora, continua a carta suicida dizendo que dos 4 aos 14 anos se sentiu uma menina presa no corpo de um menino. Aos 14, quando entendeu o conceito de transexualidade, sentiu um alívio incrível, por ver que existia, sim, um lugar para ela no mundo.
Porém, quando ela contou isso aos pais, a mãe reagiu negativamente. "Ela disse que era uma fase, que eu nunca seria verdadeiramente uma menina, que Deus não comete erros e que eu estava errada".
"Se você está lendo isso", ela pediu. "Por favor, não diga isso para os seus filhos. Mesmo se você for cristão ou contra pessoas trans, nunca diga isso que para alguém, especialmente seu filho. Não vai levar a nada, a não ser fazê-los odiar seus pais. Foi exatamente o que aconteceu comigo."
Leelah conta que seus pais a tiraram da escola e a proibiram de usar mídias sociais. Totalmente isolada, ela teve uma depressão profunda.
Em outro trecho da carta, ela afirma: "Nunca vou ser feliz com minha aparência ou minha voz. Nunca vou ter amigos suficientes. Nunca vou ter amor suficiente para me satisfazer. Nunca vou encontrar um homem que me ama."
HOMEM SOLITÁRIO OU MULHER QUE SE ODEIA
Ela segue sua carta antecipando um futuro terrível para si mesma, da maneira que fosse. "Vou viver o resto da minha vida como um homem solitário, que deseja que fosse uma mulher, ou como uma mulher mais solitária ainda, que se odeia. Não há como vencer. É uma rua sem saída."
Ela decide se matar e faz um pedido: que sua morte não seja em vão. "Só vou descansar em paz se um dia as pessoas transexuais não forem tratadas da maneira que eu fui. Eles merecem ser tratados como seres humanos, com sentimentos válidos e direitos humanos", escreveu ela.
Mais do que para as famílias, ela deixou um pedido voltado para as escolas também. "A questão de gênero tem de ser ensinado nas escolas, quanto mais cedo melhor. Minha morte deve significar alguma coisa. Minha morte precisa ser somada ao número de pessoas transexuais que cometerem suicídio este ano. Eu quero alguém para olhar para esse número ... e corrigi-lo. Consertem a sociedade.Por favor."
Os colegas da Kings High School fizeram uma vigília que reuniu mais de 300 pessoas e a carta provocou uma grande movimentação on-line. Agora é tarde. Porém, dois meses antes de morrer, Leelah escreveu um pedido de ajuda em um fórum do site Reddit: "Por favor me ajudem. Não sei o que fazer. Não sou agredida fisicamente, mas sinto que sofro outro tipo de abuso, verbal ou mental. Não vou suportar isso por muito mais tempo."
Fonte:
IG - ig.com.br
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