A região portuária da cidade de São Francisco, no Vale
do Silício americano, está curiosa com um novo projeto misterioso do
Google, sobre o qual até agentes do governo precisam manter segredo.
Segundo a Reuters, um funcionário da guarda costeira e um inspetor de
uma agência do estado da Califórnia tiveram de assinar papéis
prometendo não revelar o que há na plataforma flutuante.
Atracada na região da Treasure Island da baía, uma
antiga base militar, a balsa tem uma construção de quatro andares de
altura feita de containers brancos, e no topo vê-se estruturas
semelhantes a antenas. A estrutura, meio encoberta por uma série de
andaimes, foi apontada pelo site CNET como um possível data center
flutuante, ao passo que a TV local KPIX supõe que será uma loja do Google Glass, quando os óculos inteligentes começarem a ser vendidos ao público em geral.
Para ampliar o mistério, uma estrutura semelhante foi
avistada na baía de Portland, no estado de Maine, no lado oposto do
país. Ambos os locais estão no nome da empresa By and Large, segundo a
mídia local. Na costa oeste, a agência de notícia identificou que
outras propriedades no entorno da Treasure Island foram locadas à mesma
companhia - que não puderam ser encontrados para comentar o assunto.
O Google, por sua vez, tem se mantido quieto e não quis
nem confirmar sua ligação com o projeto secreto desenvolvido na barca.
Há grades com correntes ao redor da plataforma, e guardas circundam o
píer e os prédios do entorno da ilha - situada entre São Francisco de
Oakland.
O inspetor de uma agência estatal californiana que
falou com a Reuters afirmou que tinha um serviço a fazer no Building 3,
hangar onde algumas das primeiras obras foram realizadas. Para fazer o
trabalho, ele precisou deixar seu celular do lado de fora a assinar um
acordo de confidencialidade.
Bob Jessup, superintendente de uma empreiteira que
trabalha no prédio do outro lado da rua, diz que o Google passou o
último ano inteiro trabalhando no projeto secreto. A gigante das buscas
teria cercado a área e levado 40 soldadores ao local todos os dias,
trabalhando de sol a sol, e sem revelar absolutamente nada sobre o que
faziam.
"Foi uma produção fenomenal. (Mas) nenhum deles
queria nos dizer nada", disse à agência de notícias. Os trabalhos eram
realizados do lado de fora e de dentro dos containers, equipando-os com
eletrônicos, e no final colocaram a construção sobre a barca usando uma
grua. Então, foram colocados acabamentos laterais nos containers,
alguns dos quais com janelas. Foi preciso soldá-los muito bem para que
permanecessem como estão, reforçou o empreiteiro.
Segundo o diretor executivo da Comissão de Conservação
e Desenvolvimento da Baía de São Francisco, Larry Goldzband, sua
agência se encontrou várias vezes com o Google sobre a balsa nos
últimos meses, mas não sabe de nada sobre o que ela contém ou o que
será. A companhia teria informado, apenas, que é para "propósitos
gerais de tecnologia".
O Google não disse sequer se a balsa deve ficar
ancorada na baía ou mover-se. Se quiser que fique atracada por um
período maior de tempo na costa californiana, Mountain View precisará
pedir permissão à agência. "Pedimos aos conselheiros (legais) que nos deem o máximo de informação o mais rápido possível, para que possamos continuar as conversas", afirmou Goldzband.
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