Criminosos se passavam por autoridades em aplicativos de troca de mensagens para pedir dinheiro a diretores e presidentes de órgãos públicos e privados. Um dos líderes do grupo foi preso na tarde desta terça-feira (7).
Por Walder Galvão, Michele Mendes, g1 DF
Esplanada dos Ministérios com o Congresso Nacional ao fundo — Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, nesta terça-feira (7), uma operação que investiga um grupo suspeito de se passar por ministros do governo Lula (PT) para aplicar golpes. Os agentes cumprem oito mandados de busca e apreensão em Recife (PE) e João Pessoa (PB). À tarde, um dos líderes do grupo, de 57 anos, foi preso (saiba mais abaixo).
Segundo a investigação, os suspeitos criavam perfis falsos no WhatsApp, usando fotos e informações do primeiro escalão do poder Executivo (veja detalhes abaixo). Em seguida, os criminosos entravam em contato com diretores e presidentes de órgãos públicos e privados para pedir ajuda, principalmente financeira, em determinadas situações.
"Geralmente com o pretexto de ajudar terceiras pessoas, os falsos ministros contatavam as vítimas e lhes pediam que realizassem transferências via PIX para alguma pessoa necessitada", diz a Polícia Civil.
Em um dos casos, um suspeito se passou por um ministro e entrou em contato com o presidente de uma associação comercial sediada em São Paulo. Na conversa em que o golpe foi aplicado, o criminoso pediu que fosse feita uma transação financeira, que seria ressarcida em seguida.
Até o momento, segundo a Polícia Civil, os seguintes ministros foram alvos dos criminosos:
- Juscelino Filho, ministro das Comunicações
- Camilo Santana, ministro da Educação
- Renan Filho, ministro dos Transportes
- Rui Costa, ministro da Casa Civil
- Luiz Marinho, ministro do Trabalho
- Carlos Lupi, ministro da Previdência Social
Investigação
Os policiais da 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte, informaram que, para conseguir aplicar os golpes, os suspeitos monitoravam as agendas das autoridades. A partir disso, era possível entrar em contato com possíveis vítimas.
Com apoio das polícias de Pernambuco e da Paraíba, os investigadores da capital conseguiram identificar o grupo criminoso. Os agentes cumprem os mandados na casa dos investigados.
Os policiais tentam identificar o número de vítimas enganadas e de autoridades que tiveram os nomes usados pelos criminosos. O lucro obtido com o crime ainda não foi calculado pela investigação.
Prisão de um dos líderes
Polícia Civil do DF prende um dos líderes de grupo suspeito de se passar por ministros do governo federal para aplicar golpes — Foto: Reprodução
Na tarde desta terça, a Polícia Civil do DF prendeu um dos líderes do grupo criminoso. O homem tem 57 anos, estava foragido do sistema prisional e contava com mandado de prisão em aberto.
O suspeito foi localizado no Bairro da Mirueira, em Cidade Paulista, em Pernambuco, e foi conduzido para a sede Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado. Durante interrogatório, ele confessou a prática dos crimes.
"A prisão somente foi possível em razão da tomada de depoimento de todos os alvos, da rápida análise do material apreendido pelos agentes responsáveis pela investigação e pelo apoio operacional da Polícia Civil de Pernambuco", disse o delegado Ataliba Neto.
Segundo a Polícia Civil, a investigação continua "visando a identificação de todos os integrantes da associação criminosa, a quantificação das vítimas e do lucro obtido e a localização dos valores recebidos indevidamente".
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