domingo, 1 de abril de 2018

POR UM OVO DE PÁSCOA Mãe e filha são arremessadas de ônibus durante assalto no Distrito Federal


Segundo testemunha, criança teria sido empurrada do veículo por causa de um ovo de Páscoa. As duas ficaram muito feridas e a menina chegou a ter convulsões



Assalto aconteceu na altura da QS 125, em Samambaia Sul. Foto: Reprodução/ Vídeo
  (Foto: Reprodução/ Vídeo)
Assalto aconteceu na altura da QS 125, em Samambaia Sul. Foto: Reprodução/ Vídeo

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga um caso de violência extrema, que chocou os moradores de Samambaia esta semana. Na última quinta-feira (29/3), mãe e filha foram arremessadas para fora de um ônibus por dois assaltantes. O crime aconteceu por volta das 17h, quando o coletivo  fazia a linha circular Samambaia Sul-Norte. O gatilho para a truculência dos bandidos teria sido o pedido da menina, de apenas 8 anos, que havia implorado para que os criminosos não levassem o ovo de Páscoa dela. 

Em depoimento à 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia Sul), o cobrador do ônibus disse que os dois suspeitos aparentavam ser menores de idade e estavam com facas na mão. Após assaltarem os passageiros, um dos envolvidos teria empurrado a criança, ainda com o coletivo em movimento. A mãe tentou segurar a filha, mas não conseguiu, e as duas acabaram arremessadas para fora do veículo. De acordo com a testemunha, o ônibus, da empresa Urbi Mobilidade Urbana, estava a uma velocidade de 30 km/h na hora da ocorrência.
Por meio de redes sociais, uma outra testemunha do acidente relatou o pânico da cena. "Escutei um pedido de socorro. Ao chegar ao local, se encontravam uma mãe e uma menina de 8 anos caídas na pista, muito machucadas, havia muito sangue", disse na postagem. Segundo ela, a criança estava inconsciente e a mãe, em estado de choque. O motorista decidiu levá-las para o hospital, e a testemunha auxiliou a família.

"Ela teve duas convulsões e estava desacordada. Ao ser colocada no ônibus, eu a deitei para que a sua coluna ficasse reta, e tentei arduamente fazê-la acordar. Com muito esforço, ela passou a abrir os olhos", escreveu a mulher. 

"A mãe estava com o joelho rasgado e as pernas e braços arranhados. A criança estava com escoriações por todo o corpo, um ferimento grave na cabeça, nariz sangrando e não conseguia se lembrar de nada. Questionava a cada cinco minutos o que havia acontecido", relatou. Horrorizada com a situação, ela desabafou na publicação. "Marginais não têm a mínima dó de ninguém".
Empurrão devido a ovo de Páscoa
As vítimas foram encaminhadas para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Lá, a cabeleireira Mitieli Cruz, 33 anos, presenciou o desespero dos pais da criança. "Meu filho estava em observação, e a menina ficou em um leito ao lado do meu. O pai estava muito chateado. A mãe chegou ao quarto pulando em uma perna só. Abraçou a filha e disse que a amava muito", disse.
Ao perguntar para o pai o que havia acontecido, ele explicou que o empurrão foi devido a um ovo de Páscoa. "O pai contou que a menina estava segurando um ovo, e um dos assaltantes tomou o chocolate das suas mãos. Na inocência, ela pediu o ovo de volta, e um dos rapazes a empurrou do ônibus."
 
Também moradora de Samambaia, Mitieli fica preocupada com a segurança na cidade. "Meu filho de 4 anos pega ônibus todos os dias para voltar da escola. É horrível viver nessa insegurança", desabafou.
A 32ª Delegacia de Polícia investiga o caso. Foto: Ed Alves/CB (Foto: Ed Alves/CB)
A 32ª Delegacia de Polícia investiga o caso. Foto: Ed Alves/CB

Até a última atualização desta reportagem, os suspeitos do crime ainda não haviam sido sequer identificados pelas autoridades. De acordo com informações da PCDF, mãe e filha estão conscientes, mas ainda não receberam alta do HRT. A 32ª DP investiga o caso. O Correio entrou em contato com a Urbi, que não respondeu as mensagens enviadas pela reportagem. 
Morte em fevereiro
No mês passado, o jovem David de Brito, 21, morreu após também ter sido empurrado de um ônibus, da viação Piracicabana. Na madrugada da quarta-feira de cinzas, quando voltava para casa, em Planaltina, ele foi agredido por um grupo de 20 pessoas, antes de ser arremessado do veículo em movimento, na altura da Home Center Rezende, próximo a Sobradinho. Ele ficou internado no Hospital de Base até o dia 23 de fevereiro. Após 10 dias em coma, David não resistiu aos ferimentos.

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