Postado por Ogeradio@1
Na semana que o sistema penitenciário do Estado entrou em colapso, com explosões e fugas em dois presídios, o Blog de Jamildo viajou até Itaquitinga, distante 49 quilômetros do Recife, para mostrar o descaso com o dinheiro público na construção do polêmico presídio.
Em outubro de 2010, o projeto chegou a ser considerado uma das 100 obras sociais em andamento mais importantes do mundo.
O que deveria ser um presídio modelo para o Brasil é hoje um conjunto de prédios em degradação, com muito mato e sinais de deterioração, na vizinhança da Usina São José. Em alguns pontos, a cana retornou o lugar de origem.
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As obras do complexo estão paradas desde 2012, faltando apenas acabamento, como revestimento, portas, automação e pintura.
Uma torre de telefonia celular espera a implantação do serviço de comunicação. Em muitos pontos, as cercas estão enferrujadas e caíram. No lugar, foram improvisadas a afixação de madeiras, que dá ao lugar quase a imagem de uma fazenda no campo.
Em agosto de 2012 a concessionária parou as obras, deixando cerca de R$ 50 milhões em débitos com fornecedores.
Só o Banco do Nordeste em Pernambuco entrou com cerca de R$ 250 milhões em empréstimos ao consórcio da PPP de Itaquitinga. Nesta semana que passou, a procuradora do MPF Silvia Regina Pontes Lopes determinou a abertura de inquérito para investigar a obra.
No total, são cinco blocos construidos, todos com dois andares, sendo dois deles de unidades semi-intensiva e três de unidades de regime fechado. No meio da construção, há ainda um canil, para ajudar na segurança, além de um aviário, para ajuda na produção de alimentos para os presos. Tudo coberto pelo mato.
Se no Recife os presos são tratados como bichos, em Itaquitinga cada prédio conta com unidade de ensino e tratamento médico associados. Todos os prédios tem refeitório e área de esportes. Tudo sendo engolido pelo mato e pela ação do tempo, sol e chuvas.
Em 2013, ao julgar as contas do ex-governador Eduardo Campos, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou que se achasse uma solução para o presídio, mas até hoje o Estado não foi capaz de indicar um novo norte para o projeto.
A população não tem medo do presídio e espera que gere empregos.
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