terça-feira, 27 de outubro de 2015

Bancários do setor privado decidem encerrar greve em Pernambuco

Categoria aprovou proposta do sindicato patronal de reajuste salarial de 10% mais benefícios


Flávio Japa/Folha de Pernambuco
 do FolhaPE, com agências
Em Pernambuco, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco do Nordeste votaram pela permanência da paralisação

Após 21 dias de greve, os bancários do setor privado em Pernambuco e outros estados aprovaram a proposta de reajuste apresentada pelo sindicato patronal, que oferece aumento de 10% - o que inclui 0,11% de aumento real (acima da inflação). Benefícios como vales refeição e alimentação serão corrigidos em 14%. Em Pernambuco, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco do Nordeste votaram pela permanência da paralisação. A categoria volta a se reunir nesta terça-feira, a partir das 18h, para discutir a situação dos bancos públicos.
Em São Paulo, os bancários da capital, Osasco e 15 municípios da região voltam ao trabalho nesta terça-feira (27). A assembleia foi realizada na tarde desta segunda (26) e os trabalhadores decidiram aceitar a proposta da Federação Nacional de Bancos (Fenaban).
Além do aumento salarial, os bancários conseguiram também abonar 53 horas dos dias parados para quem tem jornada de seis horas e 81 horas para quem trabalha oito horas e aumento de 14% (com 3,75% de aumento real) nos vales refeição e alimentação.
A greve também foi encerrada em 78 cidades de vários estados, entre elas, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Campo Grande, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis.
Outros sindicatos devem decidir ainda hoje se permanecem ou não em greve. A oferta patronal foi apresentada na última sexta-feira (23), em rodada de negociações em São Paulo. No caso da correção dos vencimentos, houve uma pequena elevação sobre a última proposta, definida em 8,75%, mas que foi rejeitada pelos trabalhadores.
Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), os banqueiros aceitaram abonar 63% das horas dos trabalhadores de 6 horas, de um total de 84 horas, e 72% para os trabalhadores de 8 horas, de um total de 112 horas.
Negociação
A proposta aprovada hoje foi a quarta oferecida pelos bancos em um prazo de 29 dias. Inicialmente a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ofereceu 5,5% de reajuste e nas duas últimas semanas aumentou aos poucos o índice de correção dos salários até chegar em 10%.
Os bancários pediam em sua pauta de reivindicações 16% de reajuste -o índice incluía 5,7% de aumento acima da inflação medida pelo INPC acumulado nos últimos 12 meses. Com o reajuste aprovado, a categoria acumula ganho real de 20,83% nos salários e 42,3% nos pisos salariais. 
Mas o ganho real da campanha salarial de 2015 (0,11%) é o menor dos últimos seis anos. Um dos maiores foi em 2010 quando a categoria recebeu aumento de 3,08% acima da inflação. Com o INPC beirando os 10%, tem sido menor o número de categorias profissionais que tem conseguido aumentos expressivos.
Em relação à PLR (Participação nos Lucros e Resultados) a regra prevê que será de 90% do salário mais valor fixo de R$ 2.021,79. O valor fixo de 2014 ( R$ 1.838) também será reajustado em 10%. A regra determina ainda que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro líquido. Caso isso não ocorra, os valores de PLR devem ser aumentados até chegar a 2,2 salários.
No país são 512 mil bancários, sendo 142 mil representados pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

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