quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Falsa grávida de Taubaté se livra de processo na Justiça por estelionato

Maria Verônica havia falado inicialmente que esperava gêmeos quando soube da gravidez, mas depois descobriu que na verdade eram quadrigêmeos



Quase três anos após ficarem conhecidos em todo o país por inventarem uma falsa gravidez de quadrigêmeos, a pedagoga Maria Verônica Aparecida e o marido dela Kléber Eduardo Melo não serão punidos pelo suposto crime de estelionato. O processo corre em segredo de Justiça, mas a decisão de extinguir uma possível punição deles foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico no dia 5 de dezembro.
A decisão de não punir a pedagoga, que ficou nacionalmente conhecida como a “Falsa grávida de Taubaté” e o marido dela, é do juiz Érico Di Prospero Gentil Leite, da 3ª Vara Criminal, que seguiu um acordo feito com o casal para a extinção do processo. O acordo, que não teve o teor revelado, foi proposto pelo Ministério Público e aceito pela Justiça e pelo casal após audiência do caso em 2012. Para a extinção do processo, o casal cumpriu as exigências do acordo durante dois anos.

“Com o acordo, o processo ficou suspenso durante dois anos mediante algumas condições que foram cumpridas pelos dois. (A extinção da possível punição) é algo que estava sendo aguardado. Os dois cumpriram exatamente o que havia sido determinado e não tinha outra solução a não ser essa decisão”, disse Enilson de Castro, advogado dos dois.

A defesa do casal informou ainda que a notícia já era aguardada e foi recebida com naturalidade pelo casal. Após a repercussão do caso, o casal se mudou do apartamento em que morava para uma casa em Taubaté e a pedagoga vendeu a escola infantil que mantinha por dificuldades em conseguir alunos.

“Atualmente ela não trabalha, mas cuida da casa e do filho que o casal tem. Leva uma vida normal e bastante religiosa”, afirmou Castro.

A história da falsa gravidez chamou a atenção dos moradores de Taubaté no início de janeiro de 2012 e repercutiu em todo o país. Maria Verônica havia falado inicialmente que esperava gêmeos quando soube da gravidez, mas depois descobriu que na verdade eram quadrigêmeos.

Todos os parentes ficaram felizes com a chegada das quatro meninas, as 'Marias'. Com a história, muitas pessoas chegaram a fazer doações de fraldas e roupas para o enxoval dos bebês. A polícia começou a investigar o caso após declarações de um médico que atendeu a mulher no segundo semestre de 2011 e afirmou que, na ocasião, ela não estava grávida.
O parto, segundo Verônica, estava previsto para acontecer na segunda quinzena de janeiro. A farsa só foi assumida na madrugada do dia 20 de janeiro. Na ocasião, o advogado dela disse que sua cliente usava "uma barriga de silicone" com enchimentos e que a mulher não havia desmentido a gravidez antes por causa da grande repercussão do caso.

O Tribunal de Justiça foi procurado para comentar o caso, mas informou que não irá se pronunciar já que o processo está em segredo de justiça. O G1 procurou o Ministério Público, mas não teve retorno até a publicação da reportagem.
Fonte: 
Do G1 Vale do Paraíba

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