sábado, 20 de setembro de 2014

Julgamento de caso de menina de Jaboatão exposta nua no Google Street, será dia 25


Após dois anos de espera, na próxima quinta-feira (25), começa o julgamento do caso da menina de nove anos fotografada trocando de roupa pelo carro do Google Street View, em Jaboatão dos Guararapes, em 2012. A audiência será na 4ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco. O caso estava na pauta da sessão dessa quinta (18), mas foi adiado.

Em janeiro deste ano, o juiz Rogério Lins e Silva, da 2ª Vara Cível, havia condenado o Google ao pagamento de R$ 25 mil por danos morais, mas a empresa recorreu. 

Por conta da imagem veiculada, a menina passou mais de um ano sem ir à escola, teve que mudar de endereço e sofreu um trauma difícil de superar. Na época, os pais da criança contaram ao Diario detalhes sobre o pesadelo em que a vida da menina e do resto da família se transformou desde o outubro de 2012, quando a publicação da imagem foi percebida. A criança, que só tinha sete anos quando foi fotografada, deixou de ir às aulas, passou a morar com parentes e recebeu tratamento psicológico. Sair de casa virou um pesadelo. As lembranças de colegas de classe apontando para ela, rindo e dizendo que ela está “famosa” e “nua”, atormentam os seus pensamentos, segundo os pais. 

O pai da menina, um fiscal de loja de 41 anos, contou que a imagem foi captada em fevereiro. Oito meses depois, já podia ser vista na internet. Foi quando começaram as chacotas na escola e na rua onde a criança vivia. “Fizemos a reclamação ao Google, mas eles não retiraram a imagem. Tivemos que procurar o Conselho Tutelar, um advogado e a Justiça para que o problema fosse resolvido”. Somente em janeiro do ano seguinte a fotografia foi embaçada pela empresa. “Minha mulher precisou sair do trabalho para cuidar dela. Foi um trauma muito grande”.

Foto: Reprodução Rede Record 

Entrevista >> pai da menina


Como o senhor soube que a imagem da sua filha trocando de roupa estava exposta na internet?


Em outubro de 2012, um vizinho mostrou a foto. Os coleguinhas dela também viram. Ela ficou muito traumatizada, sem querer ir para a rua, porque diziam que ela estava famosa por aparecer nua. Minha mulher teve que sair do trabalho para cuidar dela, sem contar o tratamento psicológico. Fizemos uma reclamação ao Google, mas eles demoraram muito para que a foto fosse embaçada. Isso só aconteceu porque a Justiça determinou por carta precatória. Eles iam ter que pagar uma multa de R$ 10 mil por dia.

O senhor considera que o valor de R$ 25 mil de indenização por danos morais é baixo em relação ao trauma sofrido por sua filha?


Não tem dinheiro que pague o trauma, mas foi muito pouco o valor da indenização. Ela só tinha sete anos quando isso aconteceu. Na rua todo mundo sabe que é a minha filha que estava exposta na imagem da internet.

Ao longo desse tempo, representantes do Google Brasil Internet chegaram a procurá-lo para dar assistência à criança?

Eles só mandaram uma carta pedindo desculpas pela fatalidade. No fim do ano, mandaram brindes, como canecas. Mas nunca entraram em contato para perguntar se minha filha precisava de ajuda.
Fonte: 
Diário de Pernambuco

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