Partido, que ainda não mostrou documentação, afirma que declararia o jato na prestação final de contas à Justiça Eleitoral
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) reconheceu, por meio de nota oficial, que os empresários pernambucanos João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira autorizaram a utilização da aeronave prefixo PR-AFA pela campanha eleitoral do então candidato à Presidência da República Eduardo Campos. O jato, que caiu em 13 de agosto, em Santos (SP), matando Campos, quatro assessores, piloto e co-piloto, não foi declarado à Justiça Eleitoral na primeira prestação de contas. O negócio, que envolve empresários, o filho do ex-deputado pernambucano Luiz Piauhylino, Luiz Piauhylino Monteiro Filho, e empresas fantasmas, segue sem ser explicado pelo PSB.
O Jornal Nacional mostrou na edição de ontem que empresas de fachada transferiram recursos para a A.F. Andrade, de Ribeirão Preto, oficialmente dona da aeronave. O empresário João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho teria assinado um compromisso de compra do avião da A.F. Andrade no valor de R$ 18,5 milhões. Os empresários pernambucanos teriam pago R$ 2,5 milhões ao grupo e herdariam um débito de R$ 16 milhões. A Bandeirantes Companhia de Pneus e a Br Par foram indicadas por João Carlos Lyra para assumir o negócio, mas a Cessna recusou por avaliar que as duas empresas citadas não tinham capacidade econômica. Por isso, existe a suspeita de caixa dois. Hipótese refutada pelo PSB.
Negócio
João Carlos Lyra diz que tomou emprestado R$ 727,8 mil da empresa Ele Leite Ltda. O empresário não mencionou o valor que emprestou do filho do seu padrasto, o advogado Luiz Piauhylino Monteiro Filho. A Bandeirantes pertence ao empresário Apolo Santana Filho. Ele comunicou em nota que chegou a ter interesse pelo avião, mas que o negócio não foi adiante. O mesmo empresário é dono de outro jato que também já foi utilizado por Eduardo Campos durante a campanha presidencial.
No texto, assinado pelo presidente do PSB, Roberto Amaral, a sigla afirma que pretendia “proceder à contabilização ao término da campanha eleitoral, quando, conhecida a soma das horas voadas, seria emitido o recibo eleitoral, total e final”. A assessoria de comunicação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) destacou que a campanha de Campos poderia prestar contas em relação ao avião no fim da campanha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário