Segundo as primeiras informações, ela morreu por falência múltipla dos órgãos
A prefeitura de Piraí, onde a ex-vedete morava desde o início da década
de 1970, já está providenciando o serviço funerário. O corpo será
embalsamado em Volta Redonda, de onde irá para Piraí. Em Piraí receberá
homenagem durante duas horas, na Câmara de Vereadores local . Dali,
será levado para o Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, antes de
seguir para o Cemitério do Caju, também na capital do estado, onde será
enterrado nesta terça-feira (11) no jazigo da família.
O coordenador da Casa de Cultura de Piraí, Hudson Valle, disse à
Agência Brasil que o prefeito de Piraí, Luiz Antonio da Silva Neves,
decretou luto oficial de três dias.
Virginia Lane, nome artístico de Virginia Giaccone, nascida no Rio, em
28 de fevereiro de 1920, atingiu o auge de sua carreira no início da
década de 1950. Durante quatro anos consecutivos, ela estrelou nos
teatros da Praça Tiradentes, no centro do Rio, revistas musicais
produzidas por Walter Pinto.
Um desses espetáculos, intitulado Seu Gegê [uma referência ao então
presidente Getúlio Vargas], valeu à atriz o título de “A Vedete do
Brasil”, dado pelo próprio presidente. Anos mais tarde, Virginia Lane
revelou, em diversas entrevistas concedidas à imprensa, que manteve um
relacionamento amoroso durante dez anos com Getúlio Vargas.
O início da carreira de Virginia, no entanto, ocorreu bem antes, em
1935, na Rádio Mayrink Veiga, no programa Garota Bibelô, apresentado
por César Ladeira. Em 1943, ela trabalhou como corista no Cassino da
Urca, onde foi também crooner (cantor ou cantora principal de uma
orquestra popular) e dançarina, atuando com as orquestras de Carlos
Machado, Tommy Dorsey e Benny Goodman.
Famosa como vedete do teatro de revista, Virginia Lane gravou em 1951,
para o carnaval, a marchinha Sassaricando, de Luis Antonio. O sucesso
foi tanto que a música acabou mudando o nome da revista Jabaculê de
Penacho, que ela estrelava na ocasião, e deu origem à expressão
maliciosa “sassaricar”.
A marchinha é cantada até hoje pelos foliões durante o carnaval. Desde
2007, está em cartaz nos teatros do Rio o musical Sassaricando, de
Sergio Cabral e Rosa Maria Araújo, que resgata a importância das
marchinhas para o carnaval carioca.
Virginia Lane atuou também em 37 filmes, principalmente musicais e
chanchadas das companhias cinematográficas Cinédia e Atlântida, nos
anos 1940 e 1950. Na televisão, participou de programas na TV Tupi, na
mesma época do teatro de revista, e mais recentemente, em 2005,
integrou o elenco, ao lado de outras ex-vedetes, da novela Belíssima,
da TV Globo.
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