Do UOL, em Maceió
Cerca de mil integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocuparam, no início da manhã desta terça-feira (16), um terreno às margens do Canal do Trabalhador, em Pacajus (região metropolitana de Fortaleza). A área ocupada fica nas proximidades da BR-116. Em Pernambuco, cinco fazendas foram ocupadas esta semana.
As ocupações fazem parte da ação nacional da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, também conhecido como "abril vermelho". A mobilização é em referência ao massacre de Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido em 17 de abril de 1996, quando 19 trabalhadores rurais foram mortos em confronto com a Polícia Militar. Nessa quarta-feira (17), dia Nacional da Luta pela Reforma Agrária, os sem terra prometem interditar rodovias por todo o país por 19 minutos, em memória às vítimas.
Ceará
Segundo a direção do MST, a mobilização no Ceará é para exigir políticas públicas de combate aos efeitos da seca na região, além de investimentos estruturais em assentamentos e acampamentos, além da reforma agrária no Estado. Os agricultores reclamam que as áreas de assentados e acampados vive em "situação crítica", com a falta rotineira de água, a perda do rebanho e da produção agrícola por causa da longa estiagem.
Os agricultores também cobram ações do governo do Estado e cobram uma audiência com o governador Cid Gomes (PSB) para apresentar uma pauta de reivindicações. Segundo o MST, a ocupação ao Canal do Trabalhador é por tempo indeterminado. O Canal do Trabalhador foi pelo governo do Estado, em 1993m e tem 113 km de extensão. A obra capta água do rio Jaguaribe e a leva ao açude Pacajus, que abastece a Região Metropolitana de Fortaleza.
Pernambuco
Outro Estado do Nordeste com ações do "abril vermelho" é Pernambuco, onde cerca de 300 famílias realizaram cinco ocupações de terra desde domingo (14). Os sem terra ocuparam fazendas e usinas em Petrolina, Catende, Arcoverde, Itaquitinga e São Caetano. Segundo o MST, em Pernambuco existem 163 acampamentos, com mais de 16 mil famílias à espera da reforma agrária. O movimento denuncia que, em 2012, apenas uma nova área foi desapropriada e cobram celeridade na reforma agrária.
Além das ocupações, o MST também está promovendo ações em Recife, com exibições de filmes, debates, feira de produtos orgânicos dos assentamentos e apresentações musicais.
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