quinta-feira, 31 de março de 2016

Polícia prende comerciante investigado por forjar a própria morte


Ele é proprietário de um buffet que foi incendiado em Itaquaquecetuba. No IML, família não reconheceu corpo, e investigações começaram.
Homem dá golpe e forja a própria morte (Foto: Reprodução/TV Diário)
Homem dá golpe e forja a própria morte (Foto: Reprodução/TV Diário)
Está preso na cadeia de Mogi das Cruzes, o homem suspeito de forjar a própria morte, em maio de 2014. Para polícia de Itaquaquecetuba, ele teria planejado tudo para se livrar de dívidas. A suspeita de que algo estava errado começou durante o reconhecimento do corpo no IML.
Há dois anos, muita gente chorou a morte de José Valdeci da Silva. Logo depois a polícia descobriu que o empresário de Itaquaquecetuba estava vivo e começou a investigar o caso. Na tarde de terça-feira (29) ele foi preso numa estação de trem em São Paulo.
“Há praticamente dois anos estamos monitorando ele e o ex-namorado, que ficou na Grande São Paulo. Por isso ficou mais fácil. Através desse monitoramento, descobrimos que eles iriam se encontrar no bairro do Ipiranga. Fizemos o cerco e conseguimos prendê-lo”, explicou o delegado Eduardo Boigues.
O homem, que na época tinha 33 anos teria simulado a própria morte. Um crime quase perfeito que só foi descoberto por um detalhe. Em maio de 2014 um homem foi encontrado queimado e esfaqueado dentro de um buffet em Itaquaquecetuba. Na época, ninguém teve dúvidas de o corpo seria de Valdeci, dono do local.
Mas uma tatuagem na perna da vítima, uma das poucas regiões que não estavam carbonizadas, chamou a atenção da polícia, é que a família do empresário garantiu que ele não tinha nenhuma marca no corpo. “Por causa da tatuagem na perna, a família não fez o reconhecimento, ou seja, a vítima não era o Valdeci”, detalhou. A polícia ainda não sabe de quem era o corpo carbonizado, mas não tem dúvidas de que Valdeci teria planejado tudo. “Na defesa dele, ele alega que o proprietário do imóvel foi ameaça-lo, porque ele estava devendo alugueis. E ai de noite teria mandado seus capangas para matá-lo. E ai eu te pergunto, que proprietário vai colocar fogo no seu próprio imóvel e causar um prejuízo para si mesmo de R$ 300 mil? Então, essa defesa não serve para a gente”.
Ainda segundo o delegado, o suspeito José Valdeci da Silva vai responder por homicídio qualificado, estelionatos, e incêndio criminoso. A pena pode chegar aos 30 anos de prisão.
O caso
O prédio onde funcionava o buffet, foi destruído em maio de 2014 após um incêndio. No local havia o corpo de um homem. De acordo com o inquérito, a intenção do suspeito era fazer com que clientes que haviam contratado o salão, além do proprietário do imóvel, acreditassem em sua morte.
Entretanto, após o incêndio, a família do suspeito disse não ter reconhecido o corpo no Instituto Médico Legal (IML) por causa de uma tatuagem na perna, que a vítima não tinha.
"O corpo não queimou totalmente. Parte da perna ficou inteira e havia uma tatuagem que a vítima nunca teve. Foi aí que mudamos o rumo da investigação", disse o delegado.
Alguns dias depois, o suspeito entrou em contato com a família, informando que estava vivo. Segundo a polícia, ele estava em Pernambuco: "Ele ligou de Recife, disse que estava na casa da mãe. Falei com ele por telefone e ele contou uma história. Disse que dormia com um homem no salão, quando o local foi invadido por quatro homens que atearam fogo. Ele teria conseguido fugir e chegou em Pernambuco, pedindo carona.  Acontece que ele chegou na casa da mãe um dia após o incêndio. Quem que fugiu apenas com a roupa do corpo conseguiria chegar tão rápido?" disse Boigues.
A investigação conseguiu identificar uma testemunha que contou que um caminhão de mudança estava estacionado no salão, um dia antes do incêndio. "O crime foi premeditado. Identificamos que meses antes do incêndio, muitos clientes contrataram o salão e fizeram o pagamento adiantado. O suspeito não estava pagando o aluguel do imóvel e fez a sua própria mudança para Recife".
O inquérito traz ainda o histórico de uma conversa entre o suspeito e sua irmã, na qual ele confessa o crime. "Pedimos a prisão temporária dele. Também precisamos identificar a vítima que morreu em seu lugar".
 


Fonte: G1

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