sábado, 5 de outubro de 2013

"Somos o primeiro partido clandestino em plena democracia", diz Marina

A ex-senadora faz discurso neste momento no Hotel Nacional sobre novos rumos políticos



Em cerimônia no Hotel Nacional, na tarde deste sábado (5/10), a ex- senadora Marina Silva oficializa a filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Ela chegou por volta das 16h, acompanhada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, do senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e do deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ). Também estão presentes os deputados Antônio Reguffe (PDT-DF) e Romario (PSB-RJ). A ex-senadora foi ovacionada por militantes da Rede e do PSB.

Ao falar sobre PSB, Marina Silva mencionou o fato de que, ao ter "programa, até candidato", o partido possibilitava a ela "não fazer o esperado". “Qual era o esperado? 'Que Marina se resigne e vai ser a candidata da internet. Todo mundo ia curtir e um bando de gente ia me cutucar. Mas isso não ia mudar absolutamente nada”

Marina explicou que escolheu o PSB por ser um partido com história e acrescentou que, no dia da criação da Rede, ele enviou uma carta de reconhecimento assinada pelo presidente da sigla, “talvez já antecipando este momento que só Deus sabia”. “Por que o PSB? Porque em muitas frentes de batalha nós estamos juntos historicamente, com as nossas diferenças, não as negamos. Mas porque também tem um governador que trabalhou para viabilizar a sua candidatura legítima a presidente da República”, afirmou se referindo a Campos.

Rede barrada pelo TSE
Marina buscava formalizar a Rede Sustentabilidade junto à Justiça Eleitoral antes do fim prazo para que políticos interessados em disputar as eleições do ano que vem se filiassem a um partido. O prazo se encerra neste sábado. No entanto, por seis votos a um, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou na última quinta-feira (30/9) o pedido de registro da nova sigla. Segundo Marina Silva foram colhidas 910 mil assinaturas, sendo que 95 mil delas foram anuladas “injustificadamente”.

O ódio e o rancor de Marina, ao PT, a fez abdicar do sonho de ser presidente para ser vice de Eduardo.

Numa reunião que terminou às 4h30m da madrugada deste sábado com muito choro, a ex-senadora Marina Silva comunicou a seus seguidores que seu sonho de ser presidente da República teria que ser adiado, e que seu projeto, agora, é acabar com a hegemonia e o “chavismo” do PT no governo.

chrge marina
Acusada pelo deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) de ter um processo de decisão “caótico”, Marina chegou à reunião dizendo que tinha tomado uma decisão sem volta: seria candidata a vice na chapa presidencial do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e sua posição era inegociável. Na reunião, ela não ouviu, só falou. Mas depois houve uma choradeira geral. Marina então relatou sua conversa com Campos ao telefone:
- Eduardo, você está preparado para ser presidente do Brasil? Eu vou ser sua vice e estou indo para o PSB – contou Marina, relatando ainda que Campos ficou mudo, mas muito eufórico.
Ela disse que ia ouvir a todos, mas que não voltaria atrás, porque estava sem alternativa. Todos ficaram contra, cada um com seus argumentos. Seu braço-direito da vida inteira, Pedro Ivo batista, seu maior conselheiro, estava por fora do acordo.
- Eu fiz esse acerto com o Eduardo Campos porque chegou a um ponto que eu não tinha outra alternativa. E o PSB é um partido sério. A minha briga, neste momento, não é para ser presidente da República, é contra o PT e o chavismo que se instalou no Brasil – disse Marina.
- Mas você sabe que se fizer isso vai ter que abrir mão do sonho de ser presidente – ponderou Pedro Ivo.
- Esse sonho vai ficar para outro momento. Vou ser vice do Eduardo e acabar com essa hegemonia do PT na Presidência – disse Marina, mostrando ressentimento com o que considera que foi feito para barrar a criação do Rede.
Ela disse que a combinação é para que a coligação seja PSB/Rede, para que o Rede se incorpore tão logo seja criado. Marina reclamou muito de perseguição dentro do governo e do PT contra ela. Disse que seria muito pior se fosse para um nanico como o PEN ou PMN.
- Eu seria desossada com muito mais facilidade. Seria tratorada. Eu sei que tem mais de duas mil pessoas pagas com dinheiro público para acabar comigo nas redes sociais – disse Marina.
O anúncio formal da chapa deverá acontecer na tardes deste sábado, às 15h30m, no salão azul do Hotel Nacional, em Brasília. Eduardo Campos, pego de surpresa, não esconde o nervosismo nas conversas com interlocutores.
Escrito por SIMONE IGLESIAS e publicado, inicialmente, em O Globo. (o título é nosso)

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